*Por Fernando Martins
Nada é mais deprimente do que a Seleção Brasileira, Wianey. Não pelo futebol, mas pelos seus protagonistas. Desculpa a expressão, mas é uma chinelada. É a cultura da indolência, do antiprofissionalismo e da falsa malandragem. As atitudes dos jogadores na suas vidas pessoais são o retrato mais fiel do espírito de proteção e da puxação de saco infantil protagonizada por dirigentes, torcedores e setores da imprensa.
Robinho é um exemplo. Mora em Manchester, uma cidade portuária, que sofreu terrivelmente com o desemprego na era Thatcher, mas hoje é uma cidade próspera, "cult" entre os "modernos" e "descolados" ingleses. Pois, em vez de aproveitar esse clima cultural da cidade, Robinho vai a uma boate de terceira categoria, freqüentada por gente de quarta categoria num bairro célebre pela prostituição e tráfico de drogas, principalmente originárias do Leste Europeu. Dirigindo um Lamborghini. Na sua última "good time" noturna no Rio, ele e Adriano, aquele que tem problemas com álcool e é amigo de traficantes no Rio de Janeiro, farrearam por 12 horas, numa festa com travestis. Nem vou falar naquele episódio do helicóptero fretado por Robinho, pousando num campo da Granja Comary, levando seu sorridente e atrasado locatário. Ridículo, no mínimo.
O problema? Tentar crescer um pouco intelectualmente virou sinônimo de "máscara". Para eles, apenas amadurecer mentalmente já é "máscara". Ou se é um alienado religioso feito Kaká, metido com aquele casal, dublê de bispos , ou se é um babaca que só quer saber de pandeiro e cavaquinho. Aliás, pelo interesse que esses jogadores, porque são jogadores, não atletas, tem pela música, melhor fariam largando o futebol e montando um grupo de pagode. A dedicação a batucada é total, ao esporte que banca seus Lamborghinis e travestis, nenhuma.
É muita chuteira colorida, brilhante na orelha e trancinha no cabelo. É muita infantilidade, malandragem pré-adolescente. E o pior, o treinador, marcador implacável quando jogador, parece não mandar em nada. Com a imprensa ele vira o Dunga capitão, é feroz, olha nos olhos, vira bicho. E com seus subordinados?
Me lembro de velhos malandros. Que faziam muita festa, mas pelo menos tinham estilo. Renato Portaluppi não fechava sítio no subúrbio para farrear com travestis, frequentava a boate da moda, sempre com belas mulheres, Luma de Oliveira era uma delas. Era só entrar e ver. Paulo César Caju era "habitué" da noite de Monte Carlo, quando jogava no Olympique de Marseille, jantava com Grace Kelly e o Príncipe Rainier.Depois parou de jogar e regrediu, caiu no pó.
Hoje, Robinho é acusado de estupro numa boate bagaceira de Manchester. Anos atrás, se comentava que Falcão teria um caso com Ursula Andress. Pelé era visto com atores de cinema no famoso Studio 54, em Nova York, quando jogava no NY Cosmos. Adriano patrocina baile funk para péssimas companhias. David Beckham, que todos adoram colocar em dúvida suas preferências sexuais, nunca foi visto com travestis. É visto sim com Victoria, a Posh Spice, em desfiles de moda e restaurantes elegantes. Seus amigos? Tom Cruise. Sabe-se que Robinho e Ronaldinho são pais e suas esposas são mantidas no ostracismo para não expor a intimidade delas. Claro, isso é o depoimento politicamente correto, mas quem não quer expor com quem teve filhos são eles. Quem não quer passar por constrangimentos, são eles.
Para eles, o negócio é carro, festa decadente e pagode. Ter uma bela mulher, como o Roger, que casou com a Deborah Secco e frequentava teatros, cinemas e bons shows é "máscara". O negócio é manter as péssimas amizades, aquelas que só querem sugar, verdadeiros parasitas, dar escândalos e fazer palhaçadas mundo afora.
E umas trancinhas novas no cabelo de vez em quando. Aquele fogo da vitória, o prazer de ter aquela fera dentro de si, querendo explodir pelo prazer de vencer, pelo amor ao que faz, seja onde for, no Brasil, na Inglaterra, na Alemanha ou nas Ilhas Salomão, é papo de motivador, é um pé no saco que atrasa a hora do pagode.
Por isso a Seleção Brasileira, para mim, é feito água: inodora, incolor e insípida. Um pé no saco.
(publicado no blog de Wianey Carlet)