terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Fifa. Marta é melhor do mundo pela 4ª vez

A brasileira Marta levou a melhor novamente sobre a compatriota Cristiane, as atacantes alemãs, Birgit Prinz e Inka Grings e a também atacante norte-americana Kelly Smith. Ela foi eleita pela 4ª vez consecutiva como a Melhor do Mundo pela Fifa ontem, em Zurique.

“Foi um ano perfeito para mim”, declarou Marta, emocionada. “Eu fiz minha estreia na liga americana, foi muito positivo. E de grande importância minha ida para o Brasil para dar uma ajuda à modalidade no País. Que não pare por aí e que a gente possa ver o futebol feminino como uma realidade”, disse a meia-atacante ainda emocionada. Ela fez questão de agradecer a Deus e frisar que ficou surpresa com a quarta premiação. “Muita coisa boa vem acontecendo constantemente na minha vida porque Deus permite. É inevitável me emocionar com tudo isso”, declarou Marta, em prantos.

De quebra, a jogadora do Los Angeles Sol, que ganhou a Taça Libertadores com o Santos neste ano, tornou-se a maior vencedora de prêmios da entidade máxima do futebol, batendo inclusive os atletas masculinos já congratulados. Marta recebeu quatro vezes o título, enquanto Zidane, Ronaldo e Prinz levaram em três oportunidades.

Marta alcança uma marca inédita: nenhum atleta jamais havia conseguido tal honraria por quatro vezes. Entre os homens, o atacante Ronaldo (1996, 1997 e 2002) e o meia francês Zinedine Zidane (1998, 2000 e 2003) foram escolhidos três vezes. Entre as mulheres, Birgit Prinz foi a melhor também três vezes (2003, 2004 e 2005).

A decisão coroa o ótimo ano da brasileira, que retornou ao futebol nacional emprestada pelo Los Angeles Sol, dos Estados Unidos. Com o Santos, brilhou ao lado de Cristiane nas conquistas da Copa do Brasil e da Copa Libertadores da América. Com a seleção brasileira, liderou a conquista do Torneio Cidade de São Paulo, na última semana, terminando como artilheira da competição, com sete gols.

“Estou realmente surpresa. É inevitável não se emocionar. O dia que eu parar de me emocionar, não vou mais sentir prazer em jogar futebol”, disse a jogadora, que agradeceu às companheiras de Los Angeles Sol, Santos e, especialmente, à seleção brasileira em seu discurso.

Marta já havia sido premiada nos Estados Unidos, depois de terminar com o vice-campeonato local com o Los Angeles Sol. Foi eleita a melhor jogadora da temporada, além de ser a vencedora da primeira edição do troféu Chuteira de Ouro no país. Para fazer história com sua quarta conquista da Fifa, a camisa 10 da seleção venceu adversárias altamente gabaritadas.

Indicada pela segunda vez ao prêmio, Kelly Smith é a primeira jogadora inglesa a atuar nos Estados Unidos - atualmente defende o Boston Breakers e foi vice-campeã europeia com a Inglaterra. Inka Grings foi indicada após excelente temporada. A jogadora se sagrou artilheira da Eurocopa feminina, vencida pela Alemanha. Além disso, venceu a Copa da Uefa feminina atuando pelo FCR 2001 Duisburg, atuando ao lado de Birgit Prinz, a maior estrela do futebol feminino alemão.


Kaká fora da eleição

O meia brasileiro Kaká, do Real Madrid, ficou de fora da eleição do melhor time do mundo em votação da Fifa e do FifPro (Sindicato Mundial de Jogadores Profissionais de Futebol) com mais de 50 mil jogadores pelo mundo. Esta foi a primeira vez que as duas entidades uniram-se para escolher esta seleção


Confira a seleção da Fifa: Casillas (Real Madrid); Daniel Alves (Barcelona- único brasileiro na lista), Vidic (Manchester United), Terry (Chelsea) e Evra (Manchester United); Xavi (Barcelona), Gerrard (Liverpool) e Iniesta (Barcelona); Messi (Barcelona), Cristiano Ronaldo (Real Madrid) e Fernando Torres (Liverpool).

Nada bom para o Alto Vale

As duas equipes da região que estão do Estadual da Primeira Divisão foram derrotadas nas partidas de ida das semifinais. Ambas jogaram em casa.

Em Ituporanga, o Moitas não foi páreo para a forte equipe de Capivari, que venceu o jogo por 4 a 1. Já na cidade de Ibirama, os donos da casa até tentaram, mas foram vencidos pela Chapecoense por 6 a 4.

Agora resta aos dois representantes do Alto Vale vencerem os jogos de volta no tempo normal e na prorrogação. Os duelos serão nesta quarta, ás 20h15, nas cidades de Chapecó e Tubarão.

Fonte: Esporte Alto Vale.

Um Calendário para a Copa do Brasil

Para tornar a competição mais democrática do país ainda mais popular e atrativa, molde seria a Copa da Inglaterra

Luis Filipe Chateaubriand

Quando a Copa do Brasil surgiu, em 1989, foi criada para que se pudesse dar chances aos pequenos clubes de disputarem uma competição nacional, com acesso direto à Copa Libertadores da América para quem obtivesse o título de campeão. Como se vê, desde os primórdios a competição pretende-se democrática.

É, portanto, por considerá-la democrática, que proponho que, sendo mais democrática ainda, possa incluir um número de participantes maior do que acontece atualmente. Em relação a isso, o norte deve ser a FA Cup, ou Copa da Inglaterra.

Tal qual na Copa da Inglaterra, proponho que o número de participantes seja o mais amplo possível. E, tal qual na Copa da Inglaterra, proponho que os jogos entre os clubes não sejam em esquema de “ida e volta”, mas únicos.

Objetivamente, a competição deve ser disputada em 10 datas, ou rodadas. Então, cabe indagar: como disputar a Copa do Brasil em 10 rodadas?

Devem participar do certame 1024 clubes, quais sejam:

• Os 700 clubes profissionais brasileiros

• 324 clubes amadores, selecionados/convidados pela Confederação Brasileira de Futebol

Na primeira fase da competição, os 1024 clubes devem ser divididos em 32 grupos regionalizados, com 32 clubes cada um. Então, os 32 clubes são divididos em 16 chaves de dois para, em jogo único, um clube se classificar (uma rodada). Em seguida, os 16 clubes sobrantes são divididos em oito chaves de dois para, em jogo único, um clube se classificar (uma rodada). Logo após, os oito clubes sobrantes são divididos em quatro chaves de dois para, em jogo único, um clube se classificar (uma rodada). Em continuidade, os quatro clubes sobrantes são divididos em duas chaves de dois para, em jogo único, um clube se classificar (uma rodada). Finalmente, os dois clubes sobrantes confrontam-se entre si, em jogo único, até se ter o campeão do grupo (uma rodada). Ao final dessas cinco rodadas, tem-se o campeão de cada um dos 32 grupos regionalizados, que disputarão a segunda fase da competição.

Na segunda fase da competição, os 32 clubes jogam em sistema eliminatório. Desta forma, os 32 clubes são divididos em 16 chaves de dois para, em jogo único, um clube se classificar (uma rodada). Em seguida, os 16 clubes sobrantes são divididos em oito chaves de dois para, em jogo único, um clube se classificar (uma rodada). Logo após, os oito clubes sobrantes são divididos em quatro chaves de dois para, em jogo único, um clube se classificar (uma rodada). Em continuidade, os quatro clubes sobrantes são divididos em duas chaves de dois para, em jogo único, um clube se classificar (uma rodada). Finalmente, os dois clubes sobrantes confrontam-se entre si, em jogo único, até se ter o campeão da Copa do Brasil. Nesta segunda fase da competição, têm-se, novamente, cinco rodadas.

Como a primeira fase do certame tem cinco rodadas, e a segunda, outras cinco, em 10 rodadas, ou datas, disputa-se a competição. Essas 10 datas podem estar distribuídas ao longo de meios de semanas de parte de março, abril e maio de determinado ano.

Uma pergunta se faz mister, a partir da proposta apresentada: por que a disputa se dá em jogo único, ao invés de jogos de “ida e volta”, em cada subfase?

Dois motivos para tanto são apresentados.

Em primeiro lugar, ao se fazer jogo único, tudo é resolvido em 10 rodadas e, se os jogos se fizessem em “ida e volta”, deveria haver 20 rodadas. Para se ter um calendário racional, recorrer-se ao menor número de rodadas para se realizar as competições parece algo benéfico.

Em segundo lugar, se os jogos são únicos, e não em sistema de “ida e volta”, já que cada subfase é disputada em eliminatórias simples, todos os jogos são decisivos! Ou seja: ao final de cada jogo, sempre há um clube classificado - e um clube eliminado, obviamente. Dar um caráter decisivo a cada jogo parece também ser benéfico, um atrativo tanto em termos de bilheteria, como em termos de audiência.

Mas, ao se fazer jogo único em cada subfase, e não jogos de “ida e volta”, outra pergunta faz-se necessária: onde cada jogo será realizado?

A ideia é que, para cada jogo, haja um sorteio entre os clubes que jogarão. O clube que vencer o sorteio decide se prefere jogar com o mando de campo – e, neste caso, concede a vantagem do empate para se classificar à agremiação com quem se confrontará –, ou se prefere jogar com a vantagem do empate – e, neste caso, concede o mando de campo ao seu adversário.

Um exemplo: imagine-se que o jogo seja Palmeiras x Icasa, do Ceará. Procede-se o sorteio, e há quatro opções, a saber:

• Icasa ganha o sorteio e opta por jogar com o mando de campo. Neste caso, o Palmeiras pode empatar para classificar

• Icasa ganha o sorteio e opta por poder empatar. Neste caso, o mando de campo é do Palmeiras

• Palmeiras ganha o sorteio e opta por jogar com o mando de campo. Neste caso, o Icasa pode empatar para se classificar

• Palmeiras ganha o sorteio e opta por poder empatar. Neste caso, o mando de campo é do Icasa

O signatário desta proposta considera que, sendo assim, dá para se fazer cada subfase em jogo único, e não em jogos de ida e volta. Afinal, se está concedendo uma vantagem para cada clube (ou jogar podendo empatar, ou jogar com o mando de campo), o que é justo. De quebra, essa metodologia elimina a necessidade de se decidir a vaga em prorrogação ou pênaltis.

Enfim, essa é a Copa do Brasil proposta.

*Luis Filipe Chateaubriand é autor do livro 'Futebol brasileiro: um projeto de calendário', pela editora Publit (
www.publit.com.br).

Estava faltando este artigo.


Ética e transformação social das Instituições

Por Gilvander Luís Moreira (*)

Reina uma crise plural: política, econômica, ecológica, ética, das Instituições etc. Urge recriarmos a vida com relações éticas e estruturas de fraternidade ou a crise plural que atravessamos nos levará ao abismo. Como vivenciarmos relações éticas que viabilizem (mais do que transformação) a transfiguração das instituições?

Instituições são organizações criadas para organizar e gerenciar a convivência humana em sociedades mais complexas. Nas sociedades mais simples não há tanta necessidade de institucionalizar a vida social, mas a cada dia aumenta a complexidade do conviver. As instituições têm um início, muitas vezes libertador, mas com o passar do tempo, ao se desenvolverem, vão se enrijecendo e iniciam um processo de traição de seus princípios e inspirações originais. Assim acontece com todas as instituições, salvo exceções.

Se uma instituição não funciona bem, ao invés de voltarmos aos princípios originais, ou até mesmo ver se não seria melhor sua extinção – como é o caso do Senado no Brasil -, muitas vezes, cria-se uma outra instituição para remendar a primeira. Exemplos não faltam: excesso de controladorias, auditorias, comissões parlamentares, órgãos de assessoria, de fiscalização etc. É fiscal para fiscalizar fiscal, lei para fazer valer outra lei e ... No entanto a criação de diversos órgãos auxiliares, de conselhos, não tem sido eficaz para resolver o problema da crise institucional moderna que inclui corrupção, opressão e descrença nas próprias instituições.

Há questões de fundo que solapam as instituições. Por exemplo, a perda de valores morais, o apego a coisas supérfluas, a incapacidade de confiarmos na nossa capacidade de resolver socialmente nossos problemas, o que nos faz transferir para outros essa tarefa. Isso se sente no excesso de processos na justiça, na desvalorização da experiência histórica, no consumo exacerbado, no individualismo, na absolutização da tecnologia, no descaso com os empobrecidos e na devastação da biodiversidade.

Ética é uma categoria análoga, não tem conceito único. Aqui, optamos por entender ética como um jeito de conviver que encarna a regra de ouro: “Não faça aos outros aquilo que não quer que lhe seja feito”. Ou seja, mais do que um pensar ético, um agir ético é imprescindível para realizarmos o desafio de transfigurar as instituições e as pessoas.

Quatro pontos, vivenciados pelas CEBs – Comunidades Eclesiais de Base - e pela Via Campesina, são imprescindíveis para um agir ético de forma a contribuir para o processo de transfiguração das instituições. Pensar e agir

a) a partir do empobrecido - Karl Marx dizia que “o lugar social determina o lugar epistemológico”, ou seja, nossos olhos, em última instância, não estão no nosso rosto, mas nos nossos pés. Pensar e agir a partir do empobrecido – pobre, mulher, negro, indígena, criança, idoso, deficiente físico e/ou mental, governado, divorciada, mãe Terra, irmã água, biodiversidade, outra religião/igreja etc - do enfraquecido, do pequeno - é encarnar a regra de ouro.

b) de forma coletiva e participativa - Ninguém é dono da verdade, que deve ser uma busca conjunta. Envolver a todos na participação é vital. Discernir em mutirão.

c) a partir de toda a biodiversidade - Superar assim o antropocentrismo. Agir eticamente exige nutrir encantamento, veneração e respeito por todos os seres vivos. A luz e a força divina permeiam e perpassam tudo. Somos um elo vivo da grande rede da vida. Tudo no universo tem a ver com tudo em todos os pontos. Há uma inter-retro-dependência.

d) a partir de um modelo econômico justo e sustentável ecologicamente. Isso implica elevar a Economia Popular Solidária ao status de Política de Estado e coluna mestra da sociedade. Ser vassalo da idolatria do mercado e do capital é algo imoral e só aprofunda a crise das instituições.

A Via Campesina está mostrando como é possível transfigurar instituições ao fazer Política de baixo para cima e de dentro para fora. Age eticamente, ao defender a realização de reforma agrária, ao priorizar a agricultura familiar casada com a agroecologia, ao exercer o poder de pressão para que o Estado cumpra sua missão.

As CEBs consolam os aflitos e afligem os consolados. Misturam cotidianamente fé e política, sagrado e profano, pessoal e social, céu e terra. Sem dualismos, buscam cultivar a unidade que há de reinar na imensa vastidão dos infinitos pontos que entrelaçam a vida.

As CEBs constituem-se ambientes de relações propícias, em que os negros, historicamente escravizados e oprimidos, resgatam sua consciência de herdeiros da liberdade, reforçam sua autoestima e dignidade, cultivam suas raízes culturais e podem se sentir povo amado por Deus. Da mesma forma acontece com os indígenas, com as mulheres, os sem terra, deficientes, favelados, amasiados, divorciados, recasados etc. Todos os excluídos são considerados “convidados de honra” à mesa da partilha na Comunidade Eclesial de Base.

Por isso vemos as CEBs e a Via Campesina como inspiradoras de um agir ético que transfigura instituições.

Ipatinga, MG, 28 e 29/11/2009.

(Publicado na Revista CAMINHADA – Cuidar da Vida – Ecologia e economia – 7º Encontro Nacional de Fé & Política, Edição especial – 2009, p. 32.)

(*) Frei e Padre Carmelita, mestre em Exegese Bíblica, assessor da CPT, CEBI, CEBs, SAB e Via Campesina; e-mail: gilvander@igrejadocarmo.com.brwww.gilvander.org.br

E alimentador da AGECON em Ipatinga Minas Gerais.


Vamos refletir!

Congresso Nacional 1, Copa 2014 0

Comissão de Fiscalização da Câmara aprova por unanimidade relatório da Subcomissão da Copa de 2014 

Por WILSON TEIXEIRA SOARES*           

Relatório do deputado Paulo Rattes critica o governo federal e a CBF por não terem realizado um planejamento estratégico para o Mundial do Brasil

Brasília, 16 de dezembro. A Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados aprovou hoje, por unanimidade, o relatório da Subcomissão da Copa de 2014, de autoria do deputado Paulo Rattes (PMDB-RJ).

Intitulado "Brasil - Copa 2014: Desafios e Responsabilidades", o texto critica o governo federal e a CBF por não terem realizado um planejamento estratégico para preparar o Brasil para receber o Mundial de Futebol FIFA.

- A decisão da FIFA de estabelecer o sistema de rodízio para definir as sedes das Copas de 2010 e de 2014 antecipou a vitória da candidatura brasileira antes mesmo do presidente Lula assinar o Caderno de Compromisso da FIFA. 

Havia, portanto, um confortável espaço de tempo para que os responsáveis pela realização do Mundial do Brasil levantassem os problemas a serem enfrentados, as ações a serem realizadas e quanto custariam aos cofres públicos - disse o deputado Rattes, depois da aprovação do relatório.

Autor do requerimento que criou, no dia 5 de março, a Subcomissão da Copa de 2014, para o deputado Paulo Rattes ficou claro que nem o governo federal nem a CBF se prepararam adequadamente para as demandas naturais decorrentes do direito de sediar o Mundial.

O que, segundo ele, ficou evidenciado na medida em que os requerimentos da Subcomissão encaminhados à Casa Civil da Presidência da República e aos ministérios das Cidades e do Esporte solicitando informações pontuais sobre ações e custos para a realização do evento foram respondidos evasivamente.

- Ficou claro para os integrantes da Subcomissão da Copa de 2014 que o governo federal acordou tardiamente para a necessidade de saber quais as verdadeiras necessidades dos estados e das cidades-sede onde a Copa do Mundo será disputada. A prova disso é que, até hoje, o governo federal não conseguiu informar quanto gastará, por exemplo, em mobilidade urbana, obras de infraestrutura aeroportuária, saneamento básico e transporte público - afirmou Rattes.

Em seu relatório, o deputado critica, também, a CBF.

Segundo ele, ao contrário da África do Sul, que optou por um modelo transparente de organização, envolvendo a Federação Sul-Africana de Futebol, o governo, organizações sindicais, o empresariado e as comunidades locais, o Comitê Organizador Local da Copa de 2014 "constitui, na verdade, um pequeno enclave, sob a regência do presidente da CBF, Ricardo Teixeira.

- Esse fato ficou evidente, na medida em que tanto o presidente da CBF quanto o presidente do Comitê Organizador Local da Copa de 2014, Carlos Langoni, apesar dos reiterados convites da Subcomissão, negaram-se a comparecer à Câmara dos Deputados para debater as necessidades do país para realizar, adequadamente e sem gastos abusivos, o Mundial - criticou Rattes.

Ressaltando que o sentimento dos integrantes da Subcomissão da Copa é de preocupação, em virtude de o governo federal não ter, até hoje, divulgado dados substantivos sobre quanto custará o Mundial, Paulo Rattes salientou o o risco de os aeroportos brasileiros não terem capacidade para suportar o aumento da demanda turística internacional que ocorrerá em julho e agosto de 2014, estimada em pelo menos 500 mil turistas.

Rattes salientou, no texto aprovado pela Comissão de Fiscalização Financeira e Controle, que "o presidente do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (SNEA), José Márcio Molo, assegurou, em audiência pública realizada pelas comissões de Viação e Transportes e de Desenvolvimento Urbano, que as empresas aéreas preveem a possibilidade de o Brasil viver uma nova crise aeroportuária".

Essa crise, segundo o SNEA, a persistir a situação atual dos principais aeroportos do país, ocorrerá em 2013, ano da Copa das Confederações.

Na conclusão do relatório, o deputado Paulo Rattes recomenda ao Poder Executivo que crie uma Comissão Organizadora da Copa de 2014 integrada por representantes dos governos federal, estaduais e municipais, do Congresso Nacional, de entidades independentes e representativas da sociedade civil, da indústria e do comércio, de entidades sindicais, da CBF, do Ministério Público Federal, dos Tribunais de Contas da União, dos Estados e dos Municípios e, também, da Controladoria Geral da União (CGU).

Ele também recomenda que o levantamento elaborado pela Associação Brasileira de Infraestrutura de Bases (ABDIB) para o Ministério do Esporte e a CBF, encaminhado à presidência da República no mês de agosto, seja finalmente apresentado ao Congresso, para que a sociedade fique sabendo quanto  custará para a Nação organizar a Copa de 2014.

O relatório sugere, ainda, que as ações e gastos federais com a Copa de 2014 sejam identificados no Orçamento Geral da União; que seja elaborado e divulgado pelo Poder Executivo estudo realizado por instituição internacional sobre os legados pretendidos com a realização da Copa; e que sejam concedidas pela Receita Federal às micro e pequenas empresas nacionais que, na condição de terceirizadas, comercializarão produtos e serviços relacionados com a Copa de 2014 as mesmas facilidades fiscais que serão oferecidas à FIFA.

*Wilson Teixeira Soares é jornalista e assessor da Comissão de Fiscalização da Câmara dos Deputados.