São algumas das hipóteses que precisamos considerar para tentar entender a contratação de Sávio, 37 anos, pelo Avaí, e de Viola, 41 anos, pelo Brusque. O primeiro já fez parte com Romário do ataque dos sonhos e que virou um pesadelo para os flamenguistas. Sávio não joga futebol há um ano. O segundo está em plena atividade, participando de torneios de showbol, inclusive de um que correu por toda Santa Catarina, arrancando R$ 1 milhão e setecentos do governo do estado. E não reclamem, foi mais baratinho do que a árvore do Cavalazzi.
Façamos justiça. O precursor desta idéia de ajuda aos aposentados foi o presidente da Federação Catarinense, Delfim Peixoto Filho. Todo o dia ele se olha no espelho e, do alto dos seus 24 anos – e ainda fica até 2014 - de sucessivos mandatos, pensa em novas fórmulas que impeçam a renovação da entidade que dirige e do futebol que administra. Não é por nada que a Federação Catarinense é um exemplo de organização e modernidade.
Delfim até anda meio triste, pois acaba de perder um representante da terceira idade na arbitragem, o carioca Wagner Tardelli, que preferiu largar o apito para virar auxiliar de Luxemburgo no Atlético Mineiro. Seu medo agora é que Luiz Orlando de Souza resolva imitar Tardelli e peça aposentadoria. Não me deixem só, anda resmungando pelos cantos do palácio federaciano o irremovível Delfim.
Mas não pensem que Avaí e Brusque estão sozinhos nessa meritória campanha para garantir um reforço no orçamento daqueles que já pararam com a bola. O Santos acaba de contratar Giovanni, 37 anos. Tinha esquecido dele pelo tempo que ficou na Europa e fora dos gramados outro tanto. Pra não perder a forma vai bater uma bolinha no time do Dorival Junior. E parece que a água de coco opera milagres. Edilson que o diga. Aos 39 anos conseguiu uma vaguinha no Bahia, onde vai ganhar por produção. Que maldade com o Edilson.
Pelo exposto, tudo indica que na próxima Assembléia Geral os dirigentes de clubes vão sugerir a Delfim a extinção, pura e simplesmente, das competições das divisões de base. Pra que esse desperdício de gastar dinheiro investindo na garotada?
Antes que me chamem de preconceituoso e o escambau, entendam a ironia. O assunto é sério e vai bem mais longe. Com o Figueirense, por exemplo, que acaba de trazer de fora do estado praticamente um time inteiro de atletas na faixa dos 19/20 anos, quando tem em casa um título da Copa São Paulo de futebol júnior, conquistado na edição passada. Além de ter vencido este ano
todos os campeonatos oficiais envolvendo garotos.