Begair Godóy | Lages
Um cenário bonito e pilotos com disposição para garantir um espetáculo emocionante, que os lageanos não estavam acostumados a ver. As apresentações de motonáutica tiveram o objetivo de marcar a retomada da modalidade no Estado, ao contrário do que vivem os pilotos de jet ski, que com seus shows de manobras ganham cada vez mais espaço no circuito catarinense. Misturado a tudo isso, o Arrancadão de Canoas levou representantes do executivo a pegar no remo.
As "performances" aconteceram na 14ª Festa Mundial do Lambari na Represa do Salto Caveiras. A presidente da Federação de Motonáutica e Motoaquática do Estado de Santa Catarina (Femoesc), Nadir Rodrigues de Lima, explica que a apresentação de manobras da motonáutica busca reativar a modalidade no Estado, e na Festa do Lambari foi realizada por pilotos da segunda geração, enquanto que os pilotos de jet ski continuam na ativa e disputando campeonatos pelo Brasil.
"Os pilotos dispostos a fazer a retomada da motonáutica são filhos de ex-pilotos e da área marítima", esclarece lembrando que em outubro do ano passado esteve em Lages na ocasião da Terceira Etapa do Catarinense de Jet Ski, promovida pela federação que preside. Ela também salienta que a represa do Salto Caveiras tem condições de receber uma etapa Estadual de Motonáutica.
Quem também reforça a avaliação dela é o chefe da equipe de motonáutica RedStar de Florianópolis, Marcelo Foloni. Ele foi o responsável por trazer o piloto Jackson Henry Herzmann (32) e que por sua vez convidou Ricardo Cláudio Júnior, o Riquinho de 30 anos, para a apresentação de reativação da modalidade, que na década de 90 esteve no auge.
"O local é muito apropriado. Fiquei surpreso com a estrutura e acredito que a represa pode entrar no circuito catarinense", reforça o chefe da equipe da capital catarinense. Com a "visita" da equipe as chances de Lages ser contemplada com uma etapa são bem animadoras, uma vez que as constatações dos pilotos serão levadas à federação.
Dessa forma terão a função de "convencer" a entidade a incluir a cidade serrana no calendário 2010 que será divulgado em abril, provavelmente com seis etapas. As provas começam em maio.
Sem hesitar, representantes do executivo lageano pegam no remo
O arrancadão de canoas só não deixou de acontecer por conta da iniciativa de dois representantes do executivo lageano. Os secretários de Turismo, Mário Hoeller e do Meio Ambiente, Luis Marin, encararam a empreitada. Marião que fez dupla com o marinheiro Roges levou a melhor e chegou na frente; já Marin (Rudnei Lopes Pereira) chegaram em segundo. Tudo poderia ser uma grande façanha, considerando que as duplas atravessaram a represa em pouco mais de dois minutos no trajeto que passou de cem metros, se a prova não tivesse apenas duas duplas, o que virou motivo de brincadeiras. "Treinei muito", desconversou Marião, que chegou na frente com quase quatro canoas de diferença. Marin não quis ficar para trás e entrou na brincadeira ao dizer que não foi fácil chegar em segundo. "Estou maravilhado, mais ainda porque o Marião fez parceria com um marinheiro".
Pilotos correm por amor à camisa
Há 15 anos na modalidade, o piloto de Florianópolis Jackson Herzmann (32), é campeão brasileiro na categoria Turismo e na categoria Stock boat. Já Ricardo Cláudio Júnior, o Riquinho de 30 anos, é três vezes campeão catarinense, campeão gaúcho e sul brasileiro. Ambos são pilotos há 15 anos e concordam que o local merece receber uma etapa do catarinense. Ricardo não tem boas lembranças de Lages. Ele sofreu um acidente quando uma rajada de vento atingiu o seu barco "Ele deu um looping completo (360º) e capotou. Me quebrei todo", o resultado disso foram dois meses afastado da disputas e começar a entender os limites da lancha. "Não há premiação em dinheiro e na maioria das vezes não tem custo algum para o piloto, mas depende do local, pois o patrocínio viabiliza a disputa. "Normalmente os patrocínios são divididos meio a meio entre piloto e organização", adianta".