sábado, 15 de maio de 2010

Arbitragem um dos pontos negativos do municipal de FUTSAL de Fraiburgo

Defendemos que os professores que trabalham na Fundação Municipal de Esporte – FME, devem ser os árbitros nos jogos de qualquer competição que a FME organize em nosso município. Porém eles devem receber capacitação para exercer tal função. Os professores não podem ser “jogados” nos ginásios tendo que responder pelas arbitragens, sem terem recebido a devida capacitação.

Além do baixo nível técnico nas arbitragens, percebemos que alguns professores estão mal intencionados, pois estão adotando critérios diferentes para equipes em um mesmo jogo.

Essa “má intenção” vem acontecendo quando um dos nomes da tabela é o do Independente Esporte Clube ou APAFEC, não queremos com esse artigo, que a arbitragem passe a nos favorecer, muito pelo contrario, queremos que os mesmos critérios sejam adotados para todas as equipes sem distinção alguma.

Em nossos jogos, lances que são faltas claras, quando são a favor do Independente/APAFEC alguns professores/árbitros fazem de conta que não aconteceu nada. Para ilustrar isso, basta lembrarmos os jogos do naipe feminino nas categorias sub 15 e infantil que aconteceram no domingo (02/05), quando ocorreram pênaltis claros em nosso favor, inclusive reconhecido pelos técnicos adversários e os mesmos não foram marcados pelos árbitros dos referidos jogos.

Para o baixo nível técnico dos árbitros do campeonato municipal de futsal, nosso alvitre é que para as próximas competições os gestores da FME, tragam a Fraiburgo árbitros da federação catarinense, para ministrar curso de nivelamento e capacitação técnica de pelo menos dois dias. Preparando assim os professores da FME para errarem menos, pois erros em uma arbitragem sempre vão ocorrer. Com relação aos professores mal intencionados, estes precisam se conscientizarem e passarem a apitar sem distinção de critérios.

Lembramos ainda, que o Independente, foi o conjunto que entrou com mais equipes e por conseqüência mais atletas, nesse certame. Inclusive algumas categorias só aconteceram pela nossa maciça participação que envolve de forma direta e indireta, mais de 100 pessoas entre crianças, adolescentes, jovens e adultos de ambos os sexos.

Também cabe recordar, que não sofremos nenhum WO e nenhuma expulsão até o momento, sendo que os únicos estresses e problemas que tivemos, vem acontecendo em função do baixo nível técnico e pela má intenção de alguns árbitros.

Voltamos a enfatizar não queremos com esse artigo que nossas equipes sejam beneficiadas pela arbitragem, reclamamos aqui, igualdade para todas as equipes, indiferente da quantidade de categorias e atletas que a mesma escreveu no campeonato, todos temos os mesmos direitos e queremos que sejam adotados os mesmos critérios pela arbitragem.

Por Paulo Eduardo Gonçalves da Silva (popular Tico-tico) educador físico popular, técnico de Futsal e coordenador do IEC e Jilson Carlos Souza educador popular e coordenação da APAFEC.

Explicações sobre Dunga




Por Lourenço Cazarré




O CASMURRO SENHOR BLEDORN VERRI

Uma análise histórico-sociológico-bufo-futebolística

Mesmo sem o auxílio de uma pesquisa, me arrisco a dizer que a esmagadora maioria dos torcedores brasileiros não ficou contente com a convocação de Dunga. Nenhuma novidade: desde que me dou por gente, sempre escutei o rugido das multidões descontentes. Com exceção da época em que o comandante era Telê Santana, é claro. O povo amava o grande Telê e suas seleções de jogo bonito, que perderam duas copas.

Mas nem o ódio permanente da massa contra o selecionador nem a polêmica convocação serão examinados aqui. O que proponho é tentarmos entender como funciona a mente do nosso atual treinador. Tenho uma hipótese meio estrambótica. Vamos a ela.

Para explicar as convocações de vários jogadores que os torcedores consideram cabeças de bagre e para justificar a ausência de uns poucos craques mirins, Dunga usou basicamente duas palavras: comprometimento e coerência.

Acho que chegou até mesmo a usar uma palavra que provoca tremuras em brasileiros bem pensantes — obediência. Poderia, claro, ter recorrido à “disciplina”, que é a versão correta politicamente, mas que também não goza de unanimidade em terras próximas à linha do Equador.

Para entender Dunga, acho, temos que começar o exame pelos seus dois sobrenomes: Bledorn Verri, de origem alemã e italiana. Ele é descendente em terceira ou quarta geração das duas grandes correntes migratórias europeias que vieram para o Rio Grande do Sul no século 19. Os alemães chegaram primeiro (em 1824), os italianos, bem depois (1875).

O fracionamento das propriedades, decorrente da divisão das heranças, logo expulsou do Estado os filhos desses pioneiros. Eles então partiram para Santa Catarina (a partir dos anos 20), Paraná (anos 40 e 50), Mato Grosso e Rondônia (anos 70).

Ao se deslocarem para outros Estados, esses gaúchos expatriados se moviam sempre em grupos, com familiares ou vizinhos, às vezes sob o comando de um padre ou pastor. Para dominar a nova terra, todos tinham de trabalhar duro, colocando de lado seus interesses pessoais em função das metas coletivas. Além do trabalho pesado e da coesão comunitária, essa gente era extremamente apegada à ordem: se há uma lei, cumpra-se!

É essa fórmula mágica que Dunga quer implantar na Seleção, porque também ele é um migrante gaúcho.

Carlos Caetano Bledorn Verri saiu do Estado e foi ganhar a vida igualmente no campo. Trabalhou duro. Removeu a terra fofa dos deslumbrantes gramados alemães nos seus inesquecíveis e incontáveis carrinhos. Ganhou muito dinheiro, mas nunca abriu muito a mão, como todo “gringo” desconfiado e cauteloso. Em suma, manteve-se fiel à ética inflexível dos migrantes.

Foi essa voz profunda, foi esse nó que não se desata, foi esse algo que não pode ser descrito, que lhe ditou as justificativas na demorada entrevista coletiva. Não era bem o Dunga que falava ali. Eram centenas de milhares de agricultores gaúchos — descendentes de alemães e italianos, gente raçuda e ríspida — que discursavam para o país tropical, esta carnavalesca e futebolística nação, que os desconhece. Finalmente, depois de mais de século de anonimato, eles se fizeram ouvir através do casmurro selecionador.

Quem não levar em conta as origens profundas do nosso treinador, a sucessão de agricultores rudes e determinados que o antecederam, jamais vai entendê-lo. O certo é que, entendendo-o ou não, gostando dele ou não, teremos de engoli-lo, como dizia um de seus antecessores.

» Lourenço Cazarré, jornalista e escritor, morador de Brasília, é autor de A Misteriosa Morte de Miguela de Alcazar (Bertrand).


Publicado no caderno de Esportes do Correio Braziliense em 14 de maio de 2010.