O título acima não é meu, é do Juca Kfouri, um dos ícones da crônica esportiva brasileira, para o seu comentário sobre as últimas decisões da nossa justiça esportiva. Que me desculpem os amigos que tenho no TJD da casa, mas faço minhas as palavras do Juca. Como ele, não entendo o que se passa na cabeça dos julgadores daqui e de fora.
“O torcedor de futebol, a cada julgamento, tem mais motivo para não acreditar na dita justiça esportiva.
Ontem (segunda-feira) foi julgado, no tribunal paulista, o jogador Diego Souza, do Palmeiras, que deu um show de descontrole ao voltar a campo para agredir o zagueiro Domingos, do Santos, nas semifinais do Paulistinha.
Ele não só pegou apenas oito jogos de suspensão como, ainda, por cima, só vai cumpri-los, se cumprir, no Paulistinha do ano que vem.
Já o o tribunal superior, no Rio, na semana passada, suspendeu o jogador Dentinho, do Corinthians, corretamente, por três jogos, porque ele deu uma cotovelada num adversário.
No mesmo dia, o mesmo tribunal, no entanto, absolveu o jogador Fred, do Fluminense, que deu um tapa no rosto de outro adversário.
Ou seja, um caso típico daquela justiça que é igual para todos, mas mais igual para alguns.
A tradição bacharelesca do Brasil impede que se faça aqui o que se faz em países mais adiantados quando se trata de justiça no esporte: o rito sumário.
Por meio do qual uma cotovelada pode até ser considerada mais grave que um tapa, mas um tapa jamais será sinônimo de impunidade.”