O goleiro que saiu do Corinthians contestado em julho de 2010 e teve uma passagem-relâmpago pelo Braga, de Portugal, se sente renascido no Flamengo. Felipe não precisou nem defender cobranças de pênalti na decisão da Taça Rio, nesse domingo, para se sentir herói e com carreira renovada ao vestir a faixa de campeão carioca.
"Fui tratado como marginal, mau-caráter, e isso me deixou chateado. Mas eu sabia que a resposta viria dentro de campo", desabafou o camisa 1, grato ao seu treinador por tê-lo trazido de Portugal no início do ano. "Tenho que agradecer ao [técnico Vanderlei] Luxemburgo. Não fosse ele, eu nem estaria aqui hoje."
E o chefe retribui a gratidão. Das quatro partidas eliminatórias que disputou no Estadual, duas peça Taça Guanabara e duas pela Taça Rio, o time só não precisou bater o Boavista nos pênaltis, na decisão do primeiro turno da competição.
Contra o Botafogo, pela semifinal da Taça Guanabara, e diante do Fluminense, na semifinal da Taça Rio, Felipe foi decisivo defendendo pênaltis. Diante do Vasco, na final do segundo turno, viu três adversários chutarem para fora.
"O Felipe é igual a Bruno, Dida, Rogério Ceni, jogadores que crescem e o adversário sente um pouco. Ele é pegador de pênalti. Quando não pega, o adversário joga para fora. Contar com um jogador assim é importante", enalteceu Luxemburgo. "A gente tem um paredão no gol. Isso pesa", apontou Thiago Neves.
Diante dos elogios, o arqueiro deixa a modéstia de lado para admitir: seu histórico diante de rivais com a bola na marcada da cal faz a diferença. "Não sei se foi medo ou respeito, mas tentaram tirar demais. Às vezes, o medo do adversário te dá o titulo", apontou Felipe.