Florianópolis e São Miguel do Oeste,decidem a outra vaga,para a grande final dos JASC.O blogueiro escreveu sobre Chapecó e Concórdia e acabei esquecendo de falar,sobre o jogo que antecede o clasico do oeste.
As duas equipes entram em quadra em instantes e a expectativa é de uma grande partida,já que Florianópolis,está com a mesma base que disputou a Liga Futsal este ano,e a São Miguel, com a equipe que está disputando a Divisão especial.
O jogo começa daqui a pouco no SESC,resultados trago amanhã pela manhã fui...
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
Futsal masculino de Chapecó vence Jaraguá do Sul
Com uma hora e meia de atraso e a obrigação de vencer, o futsal masculino de Chapecó entrou em quadra um pouco morno, buscando conhecer o adversário, que era Jaraguá do Sul. E conheceu bem, tanto que venceu por 4 x 2.
O grande nome da partida foi Christian que marcou três vezes e é artilheiro do futsal no Jasc 2009. O primeiro foi aos 7 min da primeira etapa. Gol este que serviu para acordar os dois times e a torcida, que novamente compareceu em peso ao Ginásio do Sesc.
Jaraguá até pressionou na área de Chapecó, mas o primeiro tempo terminou assim: 1x0.
A volta para a segunda etapa veio junto com um paredão formado pela defesa de Chapecó, que trabalhou muito bem detendo o ataque de Jaraguá do Sul. Com uma boa defesa só bastou fazer mais gols, e eles vieram com Christian e Xaxim, chegando ao placar de 4 x 0. Mas Jaraguá mostrou que ainda estava vivo no jogo e descontou faltando pouco mais de três minutos para o termino da partida, fechando o placar em 4 x 2.
A emoção deve continuar forte, pois, na noite desta quarta-feira (18), Chapecó enfrenta o time de Concórdia pela semifinal, às 20:00 no Ginásio do Sesc.
Blogs novos na área.
Minha gente, o blog em alguns dias vai chegar a 20,000 acessos, o que pra mim é motivo de muita, alegria. No ano de 2008 depois dos problemas pessoais que tive, decidi preciso ter uma voz que possa abranger não muita gente, mais si um público especial o povo que me conhece sabe quem eu sou e principalmente, estejam no mesmo ramo que eu. Ou que pelo menos goste que seja o esporte.
Foi ai que decidi fazer o blog, mais daí me venho que nome vai dar?
Pensei em vários nomes, como por exemplo: ’’em cima do lance’’, ’’Fraiburgo é aqui’’, ’’meio oeste esportivo’’... E tantos outros, até que me venho o seguinte, quero algo pra ter minha voz, meus pensares, e se é a minha opinião que vai ter, pensei Paulo Alexandre Comenta, mais daí me venho que seria um nome muito grande, e ai continua sem um nome para o meu blog, até que numa noite, fui à sessão da câmara de vereadores como habitualmente faço todas as segundas a noite, e ao final da sessão o vereador Gabriel Fantin vem me cumprimentar e me chama como sempre me chamou, de (PINHEIRO),ai me caiu a ficha por que não Pinheiro comenta?
Pensei é ótimo, e nisso estava prestes, a começar o regional da OLESC em Fraiburgo, então uma, ótima oportunidade para lançar o blog, e lancei meio confuso no inicio criticado por muitos, afinal sempre tem a turma do não queremos este cara aqui né!E meio devagar foi indo, e o pessoal foi gostando do que eu escrevia, até por que sempre fui muito aberto a criticas e sempre disse e vou continuar dizendo o esporte de Fraiburgo não cresce, por que as MALAS, que se dizem desportistas, acham que sabem de tudo e não sabem de nada, tanto que nem absolvem uma critica, e ai é só partimos deste principio para saber, que por estes e outros motivos nosso esporte não vai pra frente.
E por isso que para o mês de dezembro , o blog vai mudar e vai mudar em tudo vai surpreender a todos , na semana passada já articulei tudo vamos ampliar nossa gama de matérias , mudar estética , fontes das postagens enfim vai mudar tudo afinal são quase 20,000 acessos em menos de um ano e meio de vida , e até as mudanças já teremos alcançado este número expressivo de acessos.Portanto aguardem , boas novidades vem por ai e como sempre sabendo que vem de mim vem pra abalar....
Mais isso não vem ao caso agora, o real motivo desta postagem é dizer que tem mais um blog na área, aqui na minha lista de blogs, pra quem assiste e gosta do TVBVSPORTS, dos meus amigos Graziela Aguiar, (As primeiras do esporte.)
E também de um blog que eu gosto muito que é o do meu Amigo Rodrigo Santos de Brusque, sempre trazendo noticias das equipes que disputam os estaduais de campo, brasileiros e outros, portando minha gente são dois blogs que eu recomendo, e espero que vocês gostem do blog do (www.blogdorodrigosantos.blogspot.com) e (www.asprimeirasdoesporte.blogspot.com.)
Meninas do xadrez têm chances de medalhas.
As meninas do xadrez disputam na tarde de hoje, sua uma última partida, nos jogos abertos de Santa Catarina aqui em Chapecó, as meninas enfrentam São Bento do sul que ontem, fez apenas dois pontos, e que ocupa, a oitava posição junto com Fraiburgo, que tem a mesma pontuação, mais por critérios de desempate que este blogueiro desconhece,estão em décimo lugar.
Para Fraiburgo ter chances reais, de medalhas no feminino, as meninas precisam vencer as quatro partidas, somando assim quatro pontos, indo doze, o que lhes daria em tese o segundo lugar, e ainda torcer por tropeços, de Concórdia, Rio do sul,Blumenau,Chapecó e Jaraguá do Sul respectivamente,primeira a quinta colocação.
Vamos torcer por nossas meninas que façam o seu melhor e se a medalha não vier pelo menos a pontuação no geral para Fraiburgo.
Os meninos têm hoje pela frente a quinta rodada, mais não termina hoje não os jogos para eles, estes têm mais chances de medalhas que as meninas já que além de hoje tem mais duas rodadas pela frente. Hoje eles pegam a equipe da casa que ocupa,a quinta colocação geral, dos jogos,10,5 pontos,1,5 a mais que Fraiburgo que ocupa a oitava colocação geral dos JASC.
No meu ponto de vista, os meninos conseguindo hoje ao menos três pontos,indo a doze,os mantém e muito, com chances de medalhas,já que, o primeiro colocado que hoje, é Rio do Sul com treze pontos,indo a doze ficam colados no líder,ficamos na torcida para uma boa apresentação,de Fraiburgo,e que busquem uma melhor posição,para a terra da maçã.
Todas as partidas, iniciam as 15:00 horas no Centro de Eventos Plínio Arlindo de Nes.
Com apenas uma modalidade encerrada nesta terça Blumenau mantém liderança
Ciclismo foi o único troféu do dia e campeões foram atletas de Florianópolis
Nesta terça-feira, dia 17 de Novembro, apenas uma modalidade foi encerrada nos Jogos Abertos de Santa Catarina. O troféu do ciclismo foi definido pela manhã e Florianópolis confirmou a expectativa ao garantir o título. O resultado foi suficiente para a Capital subir uma posição na classificação geral passando de terceiro para segundo lugar, mas Blumenau segue na liderança.
Após seis dias de competições Blumenau lidera os Jasc com 65 pontos seguidos por Florianópolis com 62 e Chapecó com 59 pontos.
Uma das principais atrações desta terça-feira foi a disputa da natação que teve seu início na piscina da AABB com a realização de 10 provas. Seis recordes foram quebrados durante o primeiro dia de competições com Julia Volkmann de Blumenau nos 400m medley (4mins58seg58); Eloísa Drapzinski também de Blumenau nos 200m livre (2min03seg91); Guilherme Roth de Florianópolis, nos 200m livre (1min45seg34); Leonardo Moraes Guedes de Florianópolis nos 200m costa (1min55seg64); revezamento 4 x 100m livre feminino de Blumenau (3min57seg20) e revezamento 4 x100m livre masculino com Florianópolis (3min20seg15).
Na classificação parcial da modalidade, Joinville lidera a pontuação do masculino com 58 pontos contra 32 de Concórdia e 20 de Blumenau. Já no feminino, a liderança é de Blumenau com 87 pontos seguidos por Florianópolis com 42 e Blumenau com 37. Guilherme Roht foi um dos destaques da natação nos JASC, recordista da prova dos 200m livre em Chapecó, o atleta radicado em Florianópolis também é o atual recordista sul-americano dos 100m livre. Também integrou a equipe brasileira de revezamento que disputou o Mundial de Desportos Aquáticos em Roma, este ano, ficando em quarto lugar.
Nesta quarta-feira, dia 18 de novembro, está prevista a entrega de quatro troféus, com destaque para o judô, que apesar de ainda ter disputas nesta manhã, já tem definido o troféu do masculino para Itajaí.
O tênis de campo masculino também termina nesta quarta-feira, com Florianópolis e Brusque disputando o troféu. O jogo no Country Clube começa às 9h, Brusque, que vem da chave dos perdedores, precisa vencer o confronto duas vezes para ser campeão. O Bolão 16 feminino e a última modalidade a ter seu campeão nesta quarta-feira.
Os Jogos Abertos de Santa Catarina têm a participação de 96 municípios e aproximadamente Cinco mil atletas.
Karate,de Fraiburgo larga bem nos JASC
A modalidade de Karate começou nesta terça-feira, no ginásio de esportes do Sest/Senat, e completou o primeiro dia de competição com as apresentações do kata (demonstração de luta imaginária onde se observa a força, direção, velocidade, postura, equilíbrio), e mais quatro categorias de kumitê (confronto direto).
Fraiburgo trouxe representantes nesta modalidade, e mesmo sem conseguir medalhas conseguiu uma boa pontuação. Ficando, na classificação por equipe em, quinto lugar , com quatro pontos. e dependendo dos resultados de hoje pode conseguir pontuar nos jogos.
No kata individual, nosso melhor lutador foi Jackson Ponte,que ficou em quarto lugar,com três pontos,somados mais quatro pontos, do kata equipe, chegamos a sete pontos dando a Fraiburgo, o sexto lugar na pontuação geral, ou seja com chances claras de pontuação, para a terra da maçã.
Hoje os lutadores de Fraiburgo voltam, ao tatame, e a esperança mais uma vez é que tenham uma boa apresentação, buscando assim a melhor posição possível, para, Fraiburgo nestes quadragésimos jogos abertos de Santa Catarina.
Encerrado o primeiro dia de competição Itajaí lidera a competição masculina com 44 pontos, Joinville com 42 é segundo e Blumenau com 28 pontos é o terceiro. No feminino Joinville com 44 pontos é o primeiro, seguido de Itajaí com 34 e Florianópolis com 32 pontos.
A competição de caratê continua no ginásio do Sest/Senat, até a próxima quinta-feira (19/11).
Xadrez de Fraiburgo, tem chance de medalhas.
O xadrez de Fraiburgo,venceu nos dois naipes nas partidas realizadas na tarde de ontem no Centro de Eventos Plínio Arlindo de Nes.
O feminino foi quem mais se deu bem, ganhando as quatro partidas pela quarta rodada, a vitória arrasadora foi em cima de Itajaí, que era a última colocada, no ranking em que disputam quatorze equipes.
Agora com a vitória as meninas da terra da maçã chegam hoje, com chances de pontuação para a cidade, já que os seis primeiros colocados pontuam, e ainda com chances de medalhas, para Fraiburgo, estas já mais remotas.
O masculino também fez sua parte ao vencer Criciúma por 3 x 1, também pela quarta rodada,com a pontuação os meninos vão a nove pontos e sabendo que tem três rodadas pela frente, ainda tem chances de pontuação e medalhas para Fraiburgo,o que junto coma as que podem vir com o caratê serão as únicas.
Agora ficamos na espera do adversário de Fraiburgo que no feminino hoje tem seu último dia de Jogos Abertos.
GUILHERME COSTA Da Máquina do Esporte, em São Paulo
Se a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 transformaram o esporte em um segmento destacado no projeto do Brasil para a próxima década, isso apenas confirmou a realidade que se consolidou nos dois últimos anos. Regulamentada em 2007, a Lei de Incentivo ao Esporte, similar aos planos de incentivo à cultura, tem condições de ser artífice de uma série de mudanças na política da atividade física no país.
O problema é que falta eficiência. Das propostas apresentadas atualmente, 80% não são admitidas como projeto por falta de documentação. A triagem dos processos, que não deveria ser restritiva, ainda barra quase um terço das iniciativas. E do número menor que é aprovado, apenas 30% realmente conseguem obter financiamento em empresas.
No primeiro estágio, o ponto-chave é a formação de gestores. Grande parte dos projetos rejeitados deve-se à falta de qualidade nas propostas, e o que é aceito tem concentração totalmente desigual: 92% tem origem em três Estados (Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo), sendo que São Paulo responde por 60% do valor captado.
O que deixa mais evidente a importância de qualificação de gestores é a postura aberta dos responsáveis pela Lei de Incentivo ao Esporte. Enquanto a maioria dos debates sobre o tema fala sobre benefício de uma instituição em detrimento de outras, Ricardo Cappelli, presidente da comissão montada pelo Ministério do Esporte para gerenciar a legislação, lembra que não existe uma concorrência por um mesmo recurso.
"Mais importante do que discutir para quem vai o recurso é buscar maneiras de aproveitá-lo totalmente. Temos um espaço de crescimento muito grande ainda. Se tivermos mais qualidade nos projetos e um número maior de inscrições, poderemos atingir um volume mais próximo do limite. Mais do que discutir se A é beneficiado ou B é preterido, é importante usarmos tudo que a lei nos oferece", disse Cappelli em entrevista exclusiva à Máquina do Esporte.
Ainda que a preocupação do Ministério atualmente seja com quantidade, não com a qualidade, a pasta é obrigada a rejeitar a maioria dos projetos. E quando os aprova, ainda precisa buscar maneiras de convencer empresas a investirem. Companhias que declaram imposto de renda pelo lucro real podem investir até 1% do valor em projetos aprovados.
Leia a seguir a íntegra da entrevista:
Máquina do Esporte: Qual é sua avaliação sobre o momento do esporte no Brasil?
Ricardo Cappelli: Parafraseando o presidente Lula, nunca antes na história deste país o esporte esteve tão em pauta. Outro dia eu ouvi um comentário na rádio CBN de um analista de economia sobre o futuro. Ele disse que três fatores serão decisivos para um impulso ao Brasil: o pré-sal, a Copa do Mundo e as Olimpíadas. O esporte vive um momento especial, de muitas oportunidades. O orçamento do Ministério do Esporte em 2003 era de R$ 280 milhões, mas saltou para R$ 1,3 bilhão no ano passado. O esporte sempre teve um lugar secundário na agência da política pública, mas passa por um ciclo de fortalecimento e encontrará muitas oportunidades nos próximos dez anos.
ME: E a Lei de Incentivo ao Esporte, como se enquadra nesse cenário? Como tem sido a reação das empresas?
RC: A Lei de Incentivo ao Esporte é relativamente nova, mas já proporcionou alterações significativas na estrutura da empresas. Várias delas começaram a criar setores específicos para avaliar a visão da companhia e as oportunidades que existem para projetos no esporte. A Lei de Incentivo ao Esporte surgiu em um contexto positivo, mas ainda tem pouco tempo de vigência.
ME: Você considera a Lei de Incentivo ao Esporte como algo consolidado?
RC: Já houve mais de R$ 150 milhões investidos em dois anos, com mais de 1,5 milhão de pessoas beneficiadas, mas a lei ainda não usou todo o potencial que tem. Tivemos uma movimentação pequena dentro do universo que existe. E o que nós vemos é que ainda existe muito desconhecimento de empresas e de proponentes.
ME: Como é feita a seleção de projetos atualmente?
RC: A Lei de Incentivo, propositalmente, não é restritiva. Temos apenas uma restrição sobre quem pode apresentar projetos, que não podem ser feitos por pessoas físicas. A comissão que avalia é formada por membros do governo e da sociedade civil, pessoas que buscam referências para ter um equilíbrio e enriquecer a compreensão da sociedade.
ME: Por que o número de projetos é tão inferior ao volume de apresentações? O que falta para melhorar o aproveitamento?
RC: Nossa intenção é aprovar o maior número possível de projetos. O número de registrados é grande, mas a matriz do esporte no país ainda carece de um desenvolvimento. Falta expertise nos projetos, e qualificar gestores é um grande desafio nosso para os próximos anos. É fundamental formarmos pessoas capazes de aproveitar esse recurso que está aí.
ME: Qual é a projeção da Lei de Incentivo para este ano?
RC: O balanço de 2009 ainda não está fechado, mas a expectativa é que tenhamos o triplo de projetos em comparação com o ano anterior. Isso mostra que a Lei de Incentivo ao Esporte está crescendo e se consolidando. Tomamos medidas para acelerar os projetos, para não termos mais de 90 dias entre a apresentação, a apreciação e a definição.
Em 2007, tivemos 629 projetos apresentados e 416 aceitos. No ano seguinte, 666 projetos apresentados e 260 passaram. O número caiu drasticamente porque 80% do que chegava para nós não tinha nem a documentação necessária. Começamos a barrar logo por aí. Desde fevereiro, projeto sem documentação não forma sequer um processo.
ME: E desde que a lei começou a funcionar? A evolução está dentro de suas projeções?
RC: O crescimento tem sido dentro do esperado. É difícil fazer qualquer balanço sem que exista um histórico, e dois anos não são suficientes para criar um histórico. Teremos um cenário mais claro daqui a alguns anos, mas estamos investindo para intensificar o crescimento.
ME: Os recursos da Lei de Incentivo ao Esporte são bem distribuídos pelo país?
RC: Um dos problemas da lei é a concentração. 92% dos recursos captados estão divididos entre Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, com 22%, 10% e 60%. Esses dados nos fazem voltar à questão da expertise, que ainda é pouco abrangente. Precisamos aproveitar mais para crescer, e para isso precisamos de mais qualidade. O grande desafio que temos pela frente agora é qualificar a gestão do esporte em todo o país.
ME: Você fala constantemente sobre o volume de recursos liberados, mas nem tudo isso vira apoio efetivo. De tudo que é aceito em projetos, quanto é efetivamente captado com empresas?
RC: Existe uma taxa de 30% do que é liberado que consegue efetivar a captação. Isso nos mostra que temos alguns desafios. O primeiro é aumentar a efetividade, divulgando a possibilidade que as empresas têm e mostrando a elas como funciona. Companhias não apoiam qualquer projeto. Em geral, elas preferem não alocar recursos se o projeto não transmitir total segurança. É um trabalho de divulgar a legislação, melhorar os projetos e dar credibilidade ao setor.
ME: Por que existe a restrição de não liberar verbas diretamente a atletas?
RC: Essa é uma questão complicada. É difícil colocar dinheiro público nas mãos de uma pessoa física. Não podemos simplesmente depositar verba do governo na conta de alguém, ainda que o fim seja positivo. Mas não encaramos isso como um fator limitador, já que o atleta pode fundar sua instituição. O projeto da Isabel Swan para as Olimpíadas de Londres-2012 captou dinheiro incentivado. Para isso, criou uma entidade.
ME: Mas isso não estimula a utilização de "laranjas"?
RC: A lei não limita o proponente, mas estimula uma interação entre atletas, federações, confederações e empresas. A ideia é que surjam parcerias, mas nada impede que um atleta crie sua própria instituição. Temos aí as fundações como Gol de Letra, Bola pra Frente e IEE. Eles nos mostram que isso é possível sem que sejam usados "laranjas". Boa índole e má índole existem em qualquer segmento. O desafio é encontrar um equilíbrio e criar regras que se aproximem de realidades diversas.
ME: Você considera correto o direcionamento dos recursos?
RC: Mais importante do que discutir para quem vai o recurso é buscar maneiras de aproveitá-lo totalmente. Temos um espaço de crescimento muito grande ainda. Se tivermos mais qualidade nos projetos e um número maior de inscrições, poderemos atingir um volume mais próximo do limite. Mais do que discutir se A é beneficiado ou B é preterido, é importante usarmos tudo que a lei nos oferece.
ME: O São Paulo captou dinheiro via Lei de Incentivo ao Esporte para construir um centro de formação de atletas em Cotia-SP. É legítimo usar dinheiro público para a construção de uma obra da iniciativa privada?
RC: Na época em que o São Paulo Futebol Clube apresentou o projeto, fizemos uma consulta aos órgãos de controle e não houve veto à possibilidade. Recentemente, uma portaria delimitou o caso de construções. Em caso de emprego de dinheiro público, é preciso que os clubes ofereçam contrapartidas de uso para a população. É razoável construir equipamentos que contam com Lei de Incentivo ao Esporte e não seriam erguidos sem ela. O Maria Lenk e o Velódromo foram feitos com recurso público, mas são administrados pelo COB. Da mesma forma, o São Paulo Futebol Clube é um clube social. Não se trata de uma empresa, e essa peculiaridade precisa ser considerada.
O problema é que falta eficiência. Das propostas apresentadas atualmente, 80% não são admitidas como projeto por falta de documentação. A triagem dos processos, que não deveria ser restritiva, ainda barra quase um terço das iniciativas. E do número menor que é aprovado, apenas 30% realmente conseguem obter financiamento em empresas.
No primeiro estágio, o ponto-chave é a formação de gestores. Grande parte dos projetos rejeitados deve-se à falta de qualidade nas propostas, e o que é aceito tem concentração totalmente desigual: 92% tem origem em três Estados (Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo), sendo que São Paulo responde por 60% do valor captado.
O que deixa mais evidente a importância de qualificação de gestores é a postura aberta dos responsáveis pela Lei de Incentivo ao Esporte. Enquanto a maioria dos debates sobre o tema fala sobre benefício de uma instituição em detrimento de outras, Ricardo Cappelli, presidente da comissão montada pelo Ministério do Esporte para gerenciar a legislação, lembra que não existe uma concorrência por um mesmo recurso.
"Mais importante do que discutir para quem vai o recurso é buscar maneiras de aproveitá-lo totalmente. Temos um espaço de crescimento muito grande ainda. Se tivermos mais qualidade nos projetos e um número maior de inscrições, poderemos atingir um volume mais próximo do limite. Mais do que discutir se A é beneficiado ou B é preterido, é importante usarmos tudo que a lei nos oferece", disse Cappelli em entrevista exclusiva à Máquina do Esporte.
Ainda que a preocupação do Ministério atualmente seja com quantidade, não com a qualidade, a pasta é obrigada a rejeitar a maioria dos projetos. E quando os aprova, ainda precisa buscar maneiras de convencer empresas a investirem. Companhias que declaram imposto de renda pelo lucro real podem investir até 1% do valor em projetos aprovados.
Leia a seguir a íntegra da entrevista:
Máquina do Esporte: Qual é sua avaliação sobre o momento do esporte no Brasil?
Ricardo Cappelli: Parafraseando o presidente Lula, nunca antes na história deste país o esporte esteve tão em pauta. Outro dia eu ouvi um comentário na rádio CBN de um analista de economia sobre o futuro. Ele disse que três fatores serão decisivos para um impulso ao Brasil: o pré-sal, a Copa do Mundo e as Olimpíadas. O esporte vive um momento especial, de muitas oportunidades. O orçamento do Ministério do Esporte em 2003 era de R$ 280 milhões, mas saltou para R$ 1,3 bilhão no ano passado. O esporte sempre teve um lugar secundário na agência da política pública, mas passa por um ciclo de fortalecimento e encontrará muitas oportunidades nos próximos dez anos.
ME: E a Lei de Incentivo ao Esporte, como se enquadra nesse cenário? Como tem sido a reação das empresas?
RC: A Lei de Incentivo ao Esporte é relativamente nova, mas já proporcionou alterações significativas na estrutura da empresas. Várias delas começaram a criar setores específicos para avaliar a visão da companhia e as oportunidades que existem para projetos no esporte. A Lei de Incentivo ao Esporte surgiu em um contexto positivo, mas ainda tem pouco tempo de vigência.
ME: Você considera a Lei de Incentivo ao Esporte como algo consolidado?
RC: Já houve mais de R$ 150 milhões investidos em dois anos, com mais de 1,5 milhão de pessoas beneficiadas, mas a lei ainda não usou todo o potencial que tem. Tivemos uma movimentação pequena dentro do universo que existe. E o que nós vemos é que ainda existe muito desconhecimento de empresas e de proponentes.
ME: Como é feita a seleção de projetos atualmente?
RC: A Lei de Incentivo, propositalmente, não é restritiva. Temos apenas uma restrição sobre quem pode apresentar projetos, que não podem ser feitos por pessoas físicas. A comissão que avalia é formada por membros do governo e da sociedade civil, pessoas que buscam referências para ter um equilíbrio e enriquecer a compreensão da sociedade.
ME: Por que o número de projetos é tão inferior ao volume de apresentações? O que falta para melhorar o aproveitamento?
RC: Nossa intenção é aprovar o maior número possível de projetos. O número de registrados é grande, mas a matriz do esporte no país ainda carece de um desenvolvimento. Falta expertise nos projetos, e qualificar gestores é um grande desafio nosso para os próximos anos. É fundamental formarmos pessoas capazes de aproveitar esse recurso que está aí.
ME: Qual é a projeção da Lei de Incentivo para este ano?
RC: O balanço de 2009 ainda não está fechado, mas a expectativa é que tenhamos o triplo de projetos em comparação com o ano anterior. Isso mostra que a Lei de Incentivo ao Esporte está crescendo e se consolidando. Tomamos medidas para acelerar os projetos, para não termos mais de 90 dias entre a apresentação, a apreciação e a definição.
Em 2007, tivemos 629 projetos apresentados e 416 aceitos. No ano seguinte, 666 projetos apresentados e 260 passaram. O número caiu drasticamente porque 80% do que chegava para nós não tinha nem a documentação necessária. Começamos a barrar logo por aí. Desde fevereiro, projeto sem documentação não forma sequer um processo.
ME: E desde que a lei começou a funcionar? A evolução está dentro de suas projeções?
RC: O crescimento tem sido dentro do esperado. É difícil fazer qualquer balanço sem que exista um histórico, e dois anos não são suficientes para criar um histórico. Teremos um cenário mais claro daqui a alguns anos, mas estamos investindo para intensificar o crescimento.
ME: Os recursos da Lei de Incentivo ao Esporte são bem distribuídos pelo país?
RC: Um dos problemas da lei é a concentração. 92% dos recursos captados estão divididos entre Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, com 22%, 10% e 60%. Esses dados nos fazem voltar à questão da expertise, que ainda é pouco abrangente. Precisamos aproveitar mais para crescer, e para isso precisamos de mais qualidade. O grande desafio que temos pela frente agora é qualificar a gestão do esporte em todo o país.
ME: Você fala constantemente sobre o volume de recursos liberados, mas nem tudo isso vira apoio efetivo. De tudo que é aceito em projetos, quanto é efetivamente captado com empresas?
RC: Existe uma taxa de 30% do que é liberado que consegue efetivar a captação. Isso nos mostra que temos alguns desafios. O primeiro é aumentar a efetividade, divulgando a possibilidade que as empresas têm e mostrando a elas como funciona. Companhias não apoiam qualquer projeto. Em geral, elas preferem não alocar recursos se o projeto não transmitir total segurança. É um trabalho de divulgar a legislação, melhorar os projetos e dar credibilidade ao setor.
ME: Por que existe a restrição de não liberar verbas diretamente a atletas?
RC: Essa é uma questão complicada. É difícil colocar dinheiro público nas mãos de uma pessoa física. Não podemos simplesmente depositar verba do governo na conta de alguém, ainda que o fim seja positivo. Mas não encaramos isso como um fator limitador, já que o atleta pode fundar sua instituição. O projeto da Isabel Swan para as Olimpíadas de Londres-2012 captou dinheiro incentivado. Para isso, criou uma entidade.
ME: Mas isso não estimula a utilização de "laranjas"?
RC: A lei não limita o proponente, mas estimula uma interação entre atletas, federações, confederações e empresas. A ideia é que surjam parcerias, mas nada impede que um atleta crie sua própria instituição. Temos aí as fundações como Gol de Letra, Bola pra Frente e IEE. Eles nos mostram que isso é possível sem que sejam usados "laranjas". Boa índole e má índole existem em qualquer segmento. O desafio é encontrar um equilíbrio e criar regras que se aproximem de realidades diversas.
ME: Você considera correto o direcionamento dos recursos?
RC: Mais importante do que discutir para quem vai o recurso é buscar maneiras de aproveitá-lo totalmente. Temos um espaço de crescimento muito grande ainda. Se tivermos mais qualidade nos projetos e um número maior de inscrições, poderemos atingir um volume mais próximo do limite. Mais do que discutir se A é beneficiado ou B é preterido, é importante usarmos tudo que a lei nos oferece.
ME: O São Paulo captou dinheiro via Lei de Incentivo ao Esporte para construir um centro de formação de atletas em Cotia-SP. É legítimo usar dinheiro público para a construção de uma obra da iniciativa privada?
RC: Na época em que o São Paulo Futebol Clube apresentou o projeto, fizemos uma consulta aos órgãos de controle e não houve veto à possibilidade. Recentemente, uma portaria delimitou o caso de construções. Em caso de emprego de dinheiro público, é preciso que os clubes ofereçam contrapartidas de uso para a população. É razoável construir equipamentos que contam com Lei de Incentivo ao Esporte e não seriam erguidos sem ela. O Maria Lenk e o Velódromo foram feitos com recurso público, mas são administrados pelo COB. Da mesma forma, o São Paulo Futebol Clube é um clube social. Não se trata de uma empresa, e essa peculiaridade precisa ser considerada.
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