Dunga está afastado do futebol, escondido no bairro de Ipanema, não o do Rio de Janeiro, onde não teria paz, mas em Porto Alegre, caminhando no calçadão à beira do Guaíba, protegido pela mídia gaúcha, por seus conterrâneos e admiradores. Nem por isso estamos livres dos seus conceitos sobre o que é bom para o futebol, aplicados naquela seleção brasileira horrorosa.
O homem tem os seus discípulos e seguidores. Um deles veio para Santa Catarina, quem sabe para expandir os ensinamentos onde o medo predomina sobre a ousadia e o foco no futebol ofensivo. Jorginho, o novo técnico do Figueirense, mostrou em Joinville que aquele time ligeiro e que jogava pra frente está com os dias contados.
Um gol é suficiente para atender à proposta implantada pelo treinador que foi auxiliar de Dunga na última Copa do Mundo. Caso tenha assistido à partida contra o Joinville, Márcio Goiano deve ter pulado no sofá quando um volantão substituiu a habilidade do meia artilheiro Breitner e atraiu o adversário para a fronteira do perigo, as proximidades da grande área.
A torcida do Figueirense que trate de se acostumar. O time tem nova cara nas mãos de Jorginho, como treinador fracasso no América RJ e Goiás. Um a zero é goleada, empate é vitória, não importam as circunstâncias do jogo, a posição na tabela ou as consequências de uma vantagem jogada fora. É um jogo só, mas o fantasma do Dunga assombra o Orlando Scarpelli.