domingo, 31 de janeiro de 2010

Jornalismo Festivo

Por:Mario Medaglia

Tem uma coisa que me incomoda muito no jornalismo esportivo de hoje que é essa cobertura festiva, recheada de oba-oba, independente da modalidade. Claro que o futebol é a maior vitrine para essa relação promíscua que se estabeleceu entre jornalistas e fontes, intimidade incomum, inadequada e bem visível quando se trata de material veiculado principalmente por televisão e rádio. Os programas de debates, às centenas por esse país futebolístico, expõem outra face, a que pertence ao segmento da mídia impressa.

São poucos os repórteres, comentaristas ou narradores que resistem à tentação de uma boa puxada de saco, em prejuízo da informação, das perguntas pertinentes, reproduzindo inverdades ou situações mais próximas da ficção.

Há grandes especialistas nesta fórmula que toma conta do jornalismo esportivo brasileiro. Nem é preciso citá-los individualmente, são bastante conhecidos do ouvinte-telespectador-leitor. É uma praga que se espalhou pelas redações do país inteiro. Alguns jornais, raros programas de televisão, número menor ainda em se tratando de rádio, escapam dessa mania nacional.

O passionalismo do torcedor impede maiores reflexões sobre o assunto. Elogios ao seu time e seus ídolos acomodam arquibancadas, dirigentes e profissionais envolvidos com o meio futebol ou modalidades que margeiam o dia a dia do noticiário esportivo. A crítica, mesmo que isenta e bem intencionada, provoca efeito contrário. Tem gente que já apanhou ou foi ameaçado de morte por emitir opiniões livres de paixões, deixando a festa e o foguetório para os torcedores de carteirinha. São chamados de ranzinzas, “do contra” e acusados de torcerem pelo adversário.

Tostão escreveu esta semana na sua coluna da Folha de São Paulo abordagem parecida com a que faço aqui, mas com a mesma conclusão: “O jornalista tem de estar perto da fonte e das notícias e, ao mesmo tempo, ter um distanciamento crítico”. Nosso distanciamento na realidade é outro, bem longe do que deveria ser uma regra e se transformou em honrosas exceções.

Erechim recebe domingo o primeiro Gre-Nal do ano

Gremistas estão em festa, pois o Internacional não contará com D’Alessandro. Uma joelhada no rosto vai deixar o meia sem atuar por dois meses. Esse será o quinto jogo pelo Gauchão, porém para os Colorados será somente a segunda partida da temporada, pois nas três primeiras rodadas do Campeonato Gaúcho o time B é que entrou em campo.

“É um jogador de qualidade. O time do Inter vai perder e isso é muito bom para a gente. Ele pode decidir uma partida”, opinou o atacante Jonas. D’Alessandro será substituído por Giuliano. A intenção do técnico Jorge Fossati era utilizar os dois juntos diante do Grêmio. Como não será possível, Andrezinho e Taison brigam pela última vaga no time. Desde sua chegada ao Inter, em 2008, o argentino D’Alessandro disputou sete Gre-Nais, tendo perdido somente uma vez, vencido quatro e empatado em duas oportunidades. “Ele é um jogador decisivo, que desequilibra. Mas o Inter tem elenco forte, quem entrar buscará seu lugar.

Qualidade eles têm bastante”, comentou o goleiro Victor.


Mesmo assim será um teste para os dois clubes. O recém-chegado Jorge Fossati encarará, em seu segundo duelo à frente da equipe, um confronto que poderá ditar o humor dos colorados em relação ao seu trabalho. A situação de Silas é semelhante. Contra si, o comandante gremista leva quatro atuações abaixo da expectativa, onde os pontos foram conquistados após grandes esforços. Como vantagem, ele possui o conhecimento da pressão existente num encontro entre os dois maiores clubes do Rio Grande do Sul. No começo da década de 90, quando ainda era jogador, Silas disputou quatro Gre-Nais, todos com a camisa colorada. Seu desempenho foi satisfatório, com três empates, dois deles pela Copa do Brasil, que levaram o Inter à final após decisão por pênaltis, e uma vitória.