Após o trauma na semifinal, brasileiros da Azzurra aproveitam a expulsão do russo Shayakhmetov no fim do jogo, pressionam e arrancam a vitória.
A Itália entrou em quadra para disputar o bronze na Copa do Mundo de Futsal da Fifa disposta a esquecer essa história de gol nos últimos segundos. No sábado, a sorte mudou de lado.
Após o trauma da semifinal, Foglia se redimiu no sábado com um gol e a medalha de bronze para a Itália
Derrotados na semifinal contra a Espanha no estouro do relógio, os brasileiros da Azzurra garantiram o bronze diante da Rússia com um golaço de Assis a apenas 13 segundos do fim. A vitória por 2 a 1 espantou o trauma de quinta-feira e premiou a criançada que gritou o tempo todo no Maracanãzinho para apoiar a equipe.
A Itália sofreu, mas garantiu o bronze
Além de assegurar o terceiro lugar, o jogo serviu para redimir o craque Foglia. Contra os espanhóis, foi do camisa 10 o polêmico gol contra no último segundo. No sábado, um chute certeiro dele no ângulo de Zuev abriu caminho para a medalha de bronze.
- O jogo representou a minha história neste Mundial. Fiz de tudo para ajudar meus companheiros, fiz de tudo para tentar esquecer o que aconteceu. Graças a Deus e ao apoio da minha família, dei a volta por cima e consegui fazer o gol - festejou Foglia, em entrevista ao SporTV após a partida.
Dushkevich ainda descontou para a Rússia, mas a equipe não agüentou a pressão nos segundos finais, quando Shayakhmetov foi expulso após atingir Foglia com um chute desleal.No domingo, às 10h30m (no horário brasileiro de verão), é a vez de o Brasil entrar em quadra no Maracanãzinho. A equipe verde-amarela encara a Espanha na luta pelo título. A Rede Globo e o SporTV transmitem ao vivo, e o GLOBOESPORTE.COM acompanha em Tempo Real.
Início de jogo com fome de gol
Do lado de fora do ginásio, as filas davam a entender que o sábado seria de arquibancadas cheias. Mas aquele público tinha outro endereço: o Maracanã, onde seria realizada uma prova. Dentro do Maracanãzinho, foi a garotada das escolas públicas que fez a festa na torcida.
As duas equipes partiram para o ataque
E os jogadores corresponderam. As duas equipes iniciaram a partida com fome de ataque. Os dois goleiros trabalhavam bastante, mas Zuev, da Rússia, foi o primeiro a ser batido. Foglia só precisou de dois dias para se recuperar do trauma da semifinal e, na marca de 13m39s, dominou na direita, deixou o defensor caído e chutou no ângulo. Com o gol, a Itália cresceu ainda mais. Fabiano, Grana e Baptistela tiveram boas chances, mas o goleiro russo voltou a aparecer bem. Àquela altura, a criançada já tinha escolhido a equipe italiana como alvo dos gritos. A cada vez que Foglia tocava na bola, a arquibancada vibrava.
No fim do primeiro tempo, erro grave da arbitragem
A Rússia só voltou a ameaçar com consistência nos últimos minutos do primeiro tempo. Shayakhmetov acertou a trave de Feller na marca de 1m20s. Pouco depois, o camisa 2 fez mais uma boa jogada e foi derrubado na entrada da área. A falta clara foi ignorada pelos árbitros. A Itália, que tanto reclamou dos juízes na semifinal, desta vez agradeceu e foi para o intervalo com 1 a 0 no placar.
Na volta para o segundo tempo, os russos resolveram partir para cima. Nos três primeiros minutos, a equipe vermelha deitou e rolou no Maracanãzinho. O artilheiro Pula levou perigo numa cobrança de falta desviada pela barreira. Feller trabalhava bastante, mas Zuev também apareceu para salvar um chute de Foglia. Com o bom lance do camisa 10, a Itália voltou a crescer, mas foi justamente aí, a 14 minutos do fim, que levou o gol de empate. E que gol. Dushkevich fez linda jogada pelo meio, tocou para Khamadiev na direita e apareceu para receber dentro da área. A finalização de letra matou Feller, que nada pôde fazer.
A exemplo do que tinha acontecido com a Itália no primeiro tempo, o gol incendiou a Rússia no segundo. Menos de um minuto depois da bela finalização de Dushkevich, Shayakmetov apareceu sozinho no contra-ataque, mas o goleiro da Itália salvou.
Shayakmetov (à direita) foi expulso e acabou com as chances de vitória da equipe russa
Na marca de 7m47s, Khamadiev quase faz um gol de placa. Na entrada da área, ele deu um toquinho por cobertura. A bola passou por Feller, mas encontrou o travessão. No rebote, Pula disputou a bola com Grana, que usou a mão para afastar o perigo. Seria pênalti, mas a arbitragem se omitiu de novo. Ao fim do jogo, em entrevista ao SporTV, Grana disfarçou e não admitiu o toque.Expulsão e sufoco no fim
A sorte da partida foi selada a 1m30m do fim, quando Shayakmetov perdeu a cabeça e, na lateral da quadra, acertou um chute desleal na perna de Foglia. Grande nome da partida até o momento e cotado como candidato a melhor da Copa, o craque russo foi expulso e deixou seu time com um homem a menos.
Consciente do sufoco que sofreria até o fim, Pula se irritou, jogou o colete no banco e deu uma sonora bronca no companheiro.Ele tinha razão: a pressão italiana foi insustentável. Zuev ainda salvou no primeiro chute, mas a 13 segundos do fim Assis decidiu o bronze com um lindo toque por cobertura. À beira da quadra, os brasileiros da Itália foram agradecer à torcida. Perto dali, Pula não conteve o choro. Foi consolado por Foglia, vilão na quinta-feira, herói novamente no sábado.