sábado, 27 de novembro de 2010

Mulher: o ser e o poder

É hora de projetar o direito de igualdade de condições na liberdade de produzir o que nos interessa como mulheres da classe trabalhadora


Roberta Traspadini

A campanha eleitoral de 2010 foi um bom retrato do que o capital projeta sobre as mulheres da classe trabalhadora: um tipo particular de escravidão econômica e de dominação política institucional. Uma aposta na posição periférica da mulher, na disputa e na execução do poder.

Analisemos três discursos públicos levantados a partir da construção de uma imagem sobre a mulher. O que nos interessa aqui é o papel colocado pelo capital para este sujeito, a partir da construção política de certas imagens.

1º. slogan: Dilma é guerrilheira

O tema da guerrilha nos exige fazer uma profunda e necessária discussão sobre o processo histórico da luta de classes no Brasil e na América Latina. Exige que revelemos com base no momento particular de nossa história, o processo da ditadura militar sustentada no Estado de exceção, que fomentava a disputa via luta armada.

Mas este fato deslocado do seu contexto ganha uma dimensão de loucura, perigo, temor quando deveria evidenciar a tomada de posição na guerra aberta entre capital e trabalho, dentro do território brasileiro.

2º. slogan: Dilma é homossexual

Esta frase tomou a forma de descaracterização do sujeito a partir de uma opção cuja orientação traz amarras com a ética e a moral religiosa tradicionalista.

Na verdade, a orientação sexual dos sujeitos não tem implicação direta na política pública, ainda que seja uma atitude política.

Uma vez mais, esta produção de valor moral, não revelou o perverso conteúdo de classe, cuja intenção é a de diminuir o sujeito a partir da manifestação preconceituosa de certas opções.

É mais uma forma encontrada pelo poder burguês para realçar o ponto de vista masculino dos produtores de imagem a partir da construção da idéia de que as qualificações técnicas passavam por esta escolha, baseada em um desvio de conduta.
Uma discriminação aberta que precisa negar o sujeito feminino, ao mesmo tempo em que o coloca em uma posição diminuída frente ao sujeito masculino.

3º. slogan: Dilma é favorável ao aborto

Este foi o mais ressaltado de todos os temas, em especial pela abertura política de visibilidade do poder das religiões de formarem juízos de valores sobre certos assuntos.
Em nenhum momento as posições de evangélicos e católicos foram acirradas para questionar o peso de uma decisão política baseada na tomada de partido nesta seara.
Aproveitou-se o tema para produzir um juízo de valor que reduz o debate à capacidade da mulher de ser capaz de decidir pela vida do outro ser, incluindo a opção de matá-lo.
O debate passou longe de dar visibilidade às reais condições concretas de sobrevivência das mulheres e do atual caráter de criminalização das mulheres.
Estas ausências explicitam o quanto este debate é bem mais profundo. Requer disputar politicamente o papel do Estado e das políticas públicas, em um momento histórico em que o número de mortes entre mulheres é muito alto, caracterizando um importante fato social.
Juntos, estes slogans revelam ao menos três violentas expressões do poder burguês.

1. A personificação do debate político

Infelizmente 2010 não será a última campanha eleitoral, em que presenciamos o tom pessoal e preconceituoso na disputa do poder institucional.
Uma das características da construção da disputa da direita é o de apelar para a conquista do apoio do outro a partir da ajuda, da caridade, no sentido dado ao voto.
Isto em lugar de se discutir projetos e a consolidação de programas cuja afirmação é a dos interesses da classe.

2. A construção de um ser mulher na ocupação do poder

Nas eleições de 2010 vivenciamos as históricas amarras sobre a função da mulher na sociedade, cujo papel é relegado, pelos mandatários, a um ser de bastidores.
Isto em meio às mudanças vividas cotidianamente por nós mulheres a partir de nossa inserção, sem volta, no mercado de trabalho e nos espaços políticos de representação e decisão.
Mudanças que provocaram uma intensificação de atividades em um tempo encurtado para dar conta de todas as demais tarefas historicamente relegadas a nós.
Vivemos uma explícita contradição entre o discurso masculino do poder e a prática múltipla das relações de gênero nas relações sociais.

3. A construção do juízo de valor ético e moral sobre o bem-mal, o certo-errado

Estes slogans estão ancorados em uma ética cuja moral é a de produzir um jeito único de se comportar frente aos múltiplos processos vividos em sociedade.
É fundamental para a ordem capitalista dominante que não seja permitido ao outro, liberdade no pensar e no agir.
A moral burguesa exige para o funcionamento em ordem do progresso que a ética manifeste a indução do livre arbítrio. Isto é uma produção política da ação dos sujeitos como espectadores em seu protagonismo restringido ao voto caridoso.

O que está por trás destas formas de construção?

Estes discursos não revelam a materialização do conteúdo de poder burguês, enquanto relação social dirigida pela classe dominante. Ocultam a necessidade de padronização das condutas que criam uma forma comum e específica de ser para a mulher, cujo conteúdo não pode ser politicamente distinto do que lhe foi concedido como destino pelos donos do poder.

O centro do debate é a relação de opressão e exploração de um sexo sobre o outro que reforça o domínio de uma classe sobre a outra e culmina na criminalização da mulher.

Estas formas evidenciam o processo de formação da consciência da classe dominante, em que o objetivo é padronizar para manter sua hegemonia no poder.

O voto faz saltar aos olhos que a voz do popular está muito distante de ser escutada e que dita indução do pensar, cria fetiches sobre o ser no poder.

Passado o plano eleitoral, é hora da reconstrução da classe, a partir da compreensão das particulares opressões de gênero e de raça-etnia.

É hora de projetar o direito de igualdade de condições na liberdade de produzir o que nos interessa como mulheres da classe trabalhadora. É hora de nos refazermos enquanto mulheres da classe.

É hora de exercermos o direito de disputar, construir e lutar pelo poder popular. Um novo poder que ao socializar os fatores e meios de produção garante para toda a classe o real sentido democrático da fraterna liberdade.

Roberta Traspadini é economista, educadora popular e integrante da Consulta Popular/ES.

Inscrições para a 28ª Travessia Internacional da Lagoa da Conceição estão abertas

Evento acontece no dia 12 de dezembro e encerra o calendário esportivo da Fesporte 2010

Já estão abertas as inscrições para a 28ª edição da Travessia Internacional da Lagoa da Conceição, que será realizada no dia 12 de dezembro, em Florianópolis, na Lagoa da Conceição, encerrando o calendário de eventos esportivos da Fesporte em 2010. 

As inscrições poderão ser feitas até o dia 7 de dezembro no site da  Federação Aquática de Santa Catarina – Fasc (www.aquaticasc.com.br). A prova tem um percurso total de 2.200m com largada na WindCenter, no Canto dos Araçás e chegada no Praia Mole Eco Village – Praia Mole. 

Muitos nadadores já se preparam para a competição. E um deles é o para-atleta Vanderlei Pedro Quintino, que é deficiente físico – amputado da perna esquerda –  e que já participou de 13 edições da travessia, seis das quais chegando em 2º lugar. 

“Espero que este ano eu possa realizar meu sonho, que é ganhar o troféu de campeão da categoria atletas portadores de necessidades especiais”, disse ele. Quintino é presidente do Centro Esportivo para Pessoas Especiais (CEP), de Joinville.
A 28ª edição da Travessia Internacional da Lagoa da Conceição abre o Circuito de Maratonas Aquáticas de Santa Catarina. O evento é composto também pela Travessia  Cidade de Itajaí, dia 23 de Janeiro na Praia das Cabeçudas; Travessia Represa  Palmeiras, dia 31 de janeiro em Rio dos Cedros; Travessia  Ilha de Porto Belo e 11ª Troféu Jasmine de Natação, dia 07 de março, na Praia de Porto Belo. O circuito termina dia 21 de março com a Travessia do lago Itá, em Itá.

O Circuito de Maratonas Aquáticas é um evento realizado em parceria pela  Federação Aquática de Santa Catarina (Fasc) com apoio da Fundação Catarinense de Esporte (Fesporte) e do Fundesporte.

Antônio Prado
Fesporte – Assessoria de Comunicação

Dupla recém formada se garante no Transcatarina 2011

Maior rali de regularidade de Santa Catarina já tem 88 confirmados. Inscrições com desconto terminam no dia 31 de dezembro e as vagas são limitadas.

Vários competidores já vivem a terceira edição do maior rali de regularidade catarinense. A competição que sai da serra e chega ao litoral do estado será entre os dias 13 a 16 de julho. Para não perder tempo e chegar afinada na terceira edição, uma das duplas campeãs deste ano já está no clima: “Agora vamos na Super Mas­ter e a responsabilidade é maior. Nesta categoria estão os mais experientes e estamos começando agora. Foi nosso primeiro Transcatarina e saímos melhor do que o esperado. Tomara que ano que vem seja da mesma forma!”, conta o navegador Rodrigo Ramthun, campeão 2010 na categoria Graduados junto com o piloto May­con Medeiros.

O percurso do ano que vem terá basicamente as mesmas dificuldades. As mais comentadas foram médias de velocidade rápidas e muitos balaios. A melhor preparação, tanto para iniciantes quanto experientes, sem dúvi­da é cair na trilha o máximo possível antes do dia da largada: “Neste ano achamos a prova bem elaborada, com trihas técnicas. O rali pra nós e os vice-campeões da Graduados foi disputadíssimo, até no último dia e na última etapa. Com certeza 2011 não será diferente, para nenhuma categoria. Para chegar bem, estamos participando de outros campeonatos e continuaremos assim no ano que vem. Temos de estar afinados. Por ser uma prova longa, o Transcatarina exige mais dedicação. É bem puxado e temos de ter o mesmo pique do primeiro ao último dia, além de andar bem e cuidar do carro”, alerta Rodrigo.

Duplas de seis estados já se garantiram no 3º Transcatarina e o prazo para fazer as inscrições com desconto está acabando. De acordo com a empresa responsável pelo evento, a SC Racing, as inscrições até o dia 31 de dezembro de 2010 vão custar R$ 1.700,00, valor que pode ser parcelado em acordo. A partir do dia 1º de janeiro de 2011, o preço será R$ 2.000,00. As equipes podem se inscrever em uma das seis categorias: Super Master, Graduado, Jeep, Junior, Turismo Light e Turismo Adventure.

O regulamento e mais detalhes podem ser obtidos pelo site www.transcatarina.com.br.

Largada 2011 será de muita festa

Falta apenas uma cidade confirmar apoio ao 3º Transcatarina. Como no ano passado, o roteiro da maior prova de regularidade do estado vai passar por mais de vinte municípios. E mais uma vez a largada vai ser na terra da maçã! Fraiburgo, cidade da Serra Catarinense, agora terá mais um motivo para comemorar o apoio ao rali: “Em 2011 a cidade vai comemorar 50 anos e o Transcatarina fará parte desta festa. A população já vê o even­to como tradicional e as expectativas são muito boas”, afirma o vice-prefeito Beto Ferreira.

Desde 2009, Fraiburgo sedia as atividades iniciais do Transcatarina, sempre debaixo de muito frio, com tem­peraturas negativas, esse um dos atrativos que agradam muitos competidores. Além da festa do Transcatari­na, Fraiburgo terá outras recepções, não somente em julho: “Outro evento que sediaremos na mesma época será o Enfrute, o Encontro Nacional Sobre Fruticultura e Clima Temperado. Será junto com o Transcatarina e com isso esperamos receber ainda mais participantes. No ano do cinqüentenário de Fraiburgo, promoveremos pelo menos dois eventos por mês, até dezembro, mês do aniversário. São fatores que, sem dúvida da parte do município, farão do Transcatarina 2011 melhor do que em 2010”, finaliza Beto.


O Transcatarina 2011 tem o patrocínio: Ensimec, Hotel Renar e Trilha SC Troller.
Apoio: Prefeitura de Balneário Camboriú, Prefeitura de Lages, Prefeitura de Rio do Sul, Prefeitura de Fraibur­go, Prefei tura de Atalanta, Prefeitura de Apiúna, Prefeitura de São Cristovão do Sul, Lave Bem Lavanderia, Recanto das Águas Hotel e Spa, Grafimax, Revista Planeta Off Road, Licia, Blukit, Posto Brasília/Ipiranga e Ativa Comunicação.
Realização SC Racing em parceria com o Jeep Clube de Blumenau.






Por: Caroline de Paula / AcelerAção Assessoria de Imprensa
Fotos: Paulo Valente