Vejam que não se trata de não querer contratar o desafeto, trata-se de ameaçar, com o rompimento do convênio, a entidade que o fez. E o contratou porque poucos jornalistas, em Santa Catarina, têm acompanhado o esporte como o Medaglia. É provavelmente um dos que esteve no maior número de Jogos Abertos, jornalista conhecido e respeitado nacionalmente. O gesto pusilânime da Fesporte configura perseguição pura e simples, sacanagem do mais baixo nível.“Fui contratado pela Federação Catarinense do Desporto Universitário – FCDU - para trabalhar em Chapecó de terça-feira a domingo nos Jogos Universitários. Missão: coordenar a divulgação desta importante competição classificatória para a Olimpíada Universitária Brasileira que será disputada em Fortaleza de 14 a 23 de agosto.
Nem cheguei a botar o pé na estrada porque um diretor da Fesporte, parceira da FCDU na execução do evento, vetou minha participação na assessoria de imprensa, que ficou a cargo de um profissional da casa.
As explicações deste cidadão para o veto ao meu trabalho e à minha presença em Chapecó foram supostas críticas que eu teria feito aos atuais dirigentes da Fesporte, chamando-os de ladrões. Podem vasculhar meu blog, nunca fui além da crítica a determinados procedimentos, o que, por conhecimento de causa, tenho o direito e o dever de fazer como jornalista que vive o esporte catarinense há quase 40 anos.
O desrespeito à minha história profissional está registrado nas palavras ameaçadoras transmitidas por este dirigente ao presidente da FCDU, Manoel Rebelo, intimado a me demitir antes que eu pudesse levar adiante a segunda etapa do meu trabalho, iniciado semana passada durante o Congresso Técnico da competição: “onde a Fesporte estiver o Mário Medaglia tem que passar longe, caso contrário está desfeita nossa parceria”.
Para completar seu serviço sujo só restou ao meu detrator envenenar o diretor geral da Fesporte, Cacá Pavanello, tarefa cumprida com sucesso.”
MUITO A EXPLICAR
Fosse este um estado sério, com gente ciosa do valor e da importância do dinheiro dos impostos, a Fesporte e os organismos semi-parasitários que orbitam por lá estariam sob investigação há muito tempo.
omemos, por exemplo, a Unesporte, uma fantástica organização social que tem assumido tarefas que anteriormente eram executadas pela Fesporte. No Diário Oficial do último dia 7 (pg 21) o governo informa que deu R$ 600 mil do Fundesporte para que essa entidade organize um festival de esporte e lazer que irá animar as arenas e outros espaços multiuso que o governo da descentralização construiu estado afora.
Ora, basta uma olhada na lista de gestores da Unesporte para ver que boa parte da direção é formada por conselheiros do Conselho Estadual de Esporte (órgão gestor do Fundesporte) e gente da Fesporte. Muitos dos caras que examinaram e aprovaram a verbinha acima, serão aqueles que se beneficiarão dela, para prestar (ou não) o serviço.
Se isso não é indício de uma certa promiscuidade, então não sei mais o que é promiscuidade.
E é essa gente, que faz todos esses acertos (lembram-se do Espaço Jurerê?), que se dá ao trabalho de patrulhar a FCDU para que não empregue um jornalista competente e independente. A independência, no jornalismo, é sem dúvida o principal crime aos olhos dos imbecis que gravitam em torno dos carguinhos, das verbinhas, sempre se enredando na fina teia que separa o público do privado.
Como, tal e qual dependentes químicos, eles não conseguem e não podem levar uma vida profissional sem que sempre tenham algo a esconder, o melhor é tentar calar os jornalistas, impedindo-os de trabalhar.