A coisa ta ficando de um jeito que só mesmo jogando o aparelho de tevê pela janela, embrulhando peixe com jornal e desligando o rádio. Canal aberto faz tempo é um convite à imbecilização do telespectador, coisa de gente que não tem um pingo de carinho pelos seus, pelos nossos neurônios. Independente da emissora há pouco o que ver e ouvir, situação agravada na telinha a partir da terça-feira quando começou o programa mais escroto e nojento da televisão brasileira. Que me perdoem os fãs que têm a pachorra de assistir aquele monte de boçais enjaulados. Telejornalismo virou crônica policial – até porque assunto não falta e salva a audiência - enquanto a tecnologia avançada nos leva a globalização e aos confins do planeta para tomarmos conhecimento de assuntos que não nos dizem o mínimo. São revistas de variedades, quando não bobagens monumentais. O que interessa à comunidade é simplesmente varrido para baixo do tapete, riscado das pautas de tevês, rádios e jornais, não merece debate nem atenção dessa turma que cheira a fralda mijada. Sem contar a auto badalação por conta da promoção de eventos e a exclusividade na cobertura de competições. Autoridades e políticos perderam em algum canto de suas vidas públicas a decência e a noção do ridículo. Acabam todos corrompidos, seja na federação, estado ou município, por relações promíscuas que impõem submissão e negação de suas atribuições mínimas. Chamamos a polícia, o ladrão e o bandido chegam primeiro, pedimos um sistema viário decente, ganhamos um tapete preto cheio de buracos, rogamos por cultura e entretenimento, nos oferecem reality shows, cinemas de Rambos & Cia e teatros fechados. Até nosso futebol, dominado pelo presidente golfinho e sua turma, virou sessão coruja atrelado à programação da grande rede. Felizmente quem lê, ao contrário do que disse o presidente Lula, não tem azia. Ou, se é sócio de uma locadora decente, tem tevê por assinatura, conhece os caminhos da boa música e dos clubes de cinema, não sofre com ânsia de vômito.
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