Esperei a terça-feira para ver e rever com calma – se é possível ter calma assistindo um quase assassinato - as imagens da agressão sofrida por um torcedor da Chapecoense fora do estádio.
Policiais do Pelotão de Patrulhamento Tático, com o reforço de companheiros que vestiam a farda convencional, soquearam, chutaram e bateram com cassetetes em um adolescente indefeso. Só pararam de bater com a vítima ensangüentada caída no chão. Como justificativa para esta ação insana o tenente coronel Nilton Ramlow, responsável pelo policiamento na Ressacada, disse que o agredido “ficou muito alterado” depois de enfrentar seguranças do Avaí e os próprios policiais militares.
As imagens são chocantes, não se justificam, e lembram incidente semelhante ocorrido uma semana antes no estádio Índio Condá, da Chapecoense.
Naquela oportunidade a vítima foi um torcedor do Avaí, arrastado para a rua a socos, pontapés e cacetadas. São reações desproporcionais de homens fardados responsáveis pela ordem nos estádios e que para tanto devem receber treinamento especial.
Não consigo imaginar algum tipo de orientação que determine agressões a pessoas indefesas ao invés da imobilização simples e natural nesses casos. Concluo que o treino não condiz com a missão destes policiais, ou ele é muito mal ministrado.
Ou pior: os escolhidos pela corporação não têm a mínima condição de arcar com tamanha responsabilidade. A resposta prosaica que a população ouve da PM é sobre a abertura de um inquérito que não será concluído antes de 40 dias, perfeito para cair na gaveta do esquecimento. Eu tenho medo dessa polícia.
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