Este mesmo olhar tem sido também de incredulidade para as últimas listas de convocados. Dunga está apostando na fidelidade canina, quase servil, do que se valem alguns para garantir sua vaga no grupo que vai para a África do Sul. Só isso explica nomes como Josué, escondido no futebol alemão, Felipe Melo, eleito como o pior jogador do futebol italiano, Doni, até bem pouco reserva da Roma,
Kleberson, cheio de altos e baixos no Flamengo, Ramires, que ainda não confirmou na seleção, Júlio Batista, outro sobe e desce da Roma, e Michel Bastos, uma aposta "francesa" de última hora.
Nunca entendi a elogiada coerência de Dunga que deixa fora nomes como Rogério Ceni, Alexandre Pato, Ronaldinho (jogando de Saci é melhor que muitos), Diego Souza, Kleber, o volante Sandro e o meia Giuliano, ambos do Inter (quando havia tempo para experiência e para integrá-los ao grupo), e outros bons jogadores que existem no futebol brasileiro e mesmo na Europa, onde ele gosta tanto de convocar.
Agora Dunga chamou Carlos Eduardo e Grafite, os mais novos "alemães" da turma, repetindo surpresas que não confirmaram, como a última, um brucutu chamado Hulk, e antes o Afonso (foto CBF News) descoberto na Holanda. Até hoje Dunga não achou um lateral esquerdo. Periga lamentar a ausência do catarinense Filipe Kaminski, em quem na verdade acreditou pouco.
É uma coerência que pode ser traduzida como insegurança com um pouco de teimosia, colocadas a nu nas suas mal humoradas entrevistas. Qual das alternativas tentadas por Dunga para eventualmente ocupar vagas de algum protegido deu certo ao longo desse tempo em que está à frente da seleção? Dá a impressão, isto sim, que ele faz de propósito, para confirmar suas escolhas e teorias.
Por:Mário Medaglia
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