Tremei. Quando juristas sentam em torno de uma mesa para a elaboração e análise dos regulamentos das diversas competições que se disputam pelo mundo não se imagina as barbaridades que vamos enfrentar como jornalistas ou torcedores. A Libertadores, Copa do Brasil e os campeonatos estaduais estão aí para mostrar que só andamos para trás em matéria de legislação esportiva.
Vejam, por exemplo, a Taça Libertadores da América, de nome pomposo e um dos torneios mais importantes do futebol mundial. Por causa do tal gol qualificado, uma praga que se espalhou pelo planeta, tem muita gente passando de fase mesmo com derrota. O Inter ganhou do Estudiantes em Porto Alegre, perdeu na Argentina, mesma situação de Universidade do Chile e Chivas Guadalajara, outros dois semifinalistas mesmo como perdedores no jogo de volta. O único garantido com duas vitórias foi o São Paulo que ganhou do Cruzeiro no Mineirão e no Morumbi.
A Copa do Brasil na fase do mata-mata repete a Libertadores. O Santos perdeu um jogo, ganhou outro do Grêmio e está na final contra o Vitória que passou pelo Atlético Goianiense. Nesses casos ainda houve o saldo de gols para deixar as coisas mais ou menos no seu devido lugar.
O buraco é bem mais em baixo quando o assunto envolve os nossos campeonatos regionais. A Federação Catarinense e o seu Tribunal de Justiça acabam de dar um péssimo exemplo de vigarice e incompetência administrativa. Jogaram um campeonato inteiro com um regulamento fajuto e mal elaborado, maquiavelicamente preparado para permitir a abominável virada de mesa.
O beneficiado da vez foi a Chapecoense, mas poderia ter sido qualquer um dos outros chamados grandes. Os pequenos, coitados, são submetidos aos rigores de lei. O rebaixamento da Chapecoense, graças a uma providencial omissão do regulamento virou peça de comédia encenada pelo presidente da Federação, Delfim Peixoto, seu vice jurídico Rodrigo Capela e os doutos auditores do Tribunal de Justiça (?) Desportiva.
Podem jogar fora o regulamento do campeonato e o Código Desportivo. Não servem pra nada, a não ser para manipulação de acordo com interesses que passam bem longe dos gramados.
Por:Mário Medaglia
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