quarta-feira, 30 de junho de 2010

Ele é o cara


Por:Mário Medáglia

Avinagramos o vinho chileno e pela primeira vez nesta Copa nossa torcida deve ter gostado do que viu em campo. O time do Dunga teve momentos do mais puro futebol brasileiro, misturando talento e jogo coletivo com velocidade e o sempre citado comprometimento. Aqui a conversa é com o Lúcio, misto de zagueiro, meio campo armador e atacante.

Falando nesse atleta excepcional e vendo sua figura imponente dominando o campo inteiro, lembrei do cinema e do ator Mickey Rourke no filme de Quentin Tarantino, “Sin City, - A cidade do pecado”. A cara do Marv, um lutador de rua durão, personagem do Rourke, é a do Lúcio, nosso vigoroso zagueirão, pra mim o grande destaque do Brasil até aqui. E quem viu este filme noir baseado nos quadrinhos de Frank Miller (assinou a direção com Tarantino) reconhece o justiceiro Marv no Lúcio, mesmos traços duros e fortes, correndo pelo campo inteiro, defendendo, arrancando rumo ao ataque, sob a proteção e companhia do fiel escudeiro Juan.

Fica esquisito destacar dois zagueiros numa partida com placar de 3 a 0 a favor de um time que tem Kaka, Robinho e o artilheiro Luís Fabiano como referências. Quem prestou atenção nos jogos anteriores percebeu a importância do Marv, quer dizer, do Lúcio, para colocar a casa em ordem em situações de grande dificuldade. Pelo jeito vai ser assim até o fim da Copa, ou até onde for a seleção brasileira.

E caso venha a conquista do hexa, entreguem duas faixas para o Lúcio, costas largas para carregar o piano e encobrir os devaneios de um treinador do auto-elogio oportunista. Ou será que Dunga escalaria os eficientes Ramires e Daniel Alves se Felipe Melo e Elano não estivessem machucados? Que venha a Holanda, temos o Lúcio.

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