sexta-feira, 18 de junho de 2010

Tão longe, tão perto

Na medida em que diminui o tempo para organizarmos a Copa de 2014 aumentam os problemas e desentendimentos entre governos de estados, municípios sedes e a CBF. São Paulo puxa a fila graças à implicância de Ricardo Teixeira com o São Paulo por conta de uma rinha com Juvenal Juvêncio, presidente do clube. O Morumbi está oficialmente fora dos planos da Fifa para a abertura. Não consigo imaginar a maior cidade da América do Sul, capital de um estado de economia forte como São Paulo, sem um joguinho da Copa do Mundo para figurar na sua história.

O Paraná acaba de se manifestar oficialmente através do governador Orlando Pessuti (assumiu no lugar de Requião): não haverá dinheiro público para construir ou reformar estádios. É o que todos dizem. No Rio Grande do Sul ainda se discute a isenção de impostos para obras no Beira Rio, o Grêmio aproveita e se atravessa oferecendo sua futura Arena. O Maracanã continua lá, intocável. Falam que em agosto o estádio será fechado para reforma, mais uma. No restante do país não há nenhum sinal de Copa, a não ser pela Bahia com o início da demolição da Fonte Nova.

Enquanto isso o Ministro do Esporte, Orlando Silva, ensaia alguns passos sem o menor jeito para dançar em um baile de cobras como este. O presidente Lula saiu em socorro do seu ministro e já calçou as botas para entrar na festa. Meteu o BNDES na jogada, oferecendo “empréstimo” para quem estiver meio atrapalhado e precisar de financiamento. Como nem só de estádios vive um evento de tal porte, ainda temos que lidar com a imprevidência e incompetência sem exceção de governantes mais preocupados com o futuro político, seus e dos respectivos partidos.

Obras de infra-estrutura urbana e questões importantes como segurança e saúde, que hoje não atendem nem as necessidades básicas da população, não figuram na pauta de discussões. Parece que as soluções cairão do céu. E não podemos esquecer que um ano antes do Mundial teremos que organizar a Copa das Confederações, competição teste que dará a medida da estrutura montada pelo Brasil para 2014. Nossa esperança é que a Fifa seja tão tolerante com nosso país como foi com a África do Sul.


Por:Mário Medaglia

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