Os irmãos José Glauco (Nego Zé), aposentado, e Luiz Antonio Ramos (Tucano), engenheiro mecânico, foram astros do Hélio Moritz. Tucano guarda até hoje recortes de jornais e a foto tradicional do futebol, onde ele, mais magro e com barba, vestiu com orgulho a camisa do clube lageano para representar o estado.
Após vencer o campeonato de 1973, no ano seguinte, o Hélio Moritz foi a Porto Alegre para jogar no ginásio do Gigantinho. O Moritz fez três jogos, contra Corinthians, de São Paulo, Cacique do Paraná e Vale do Rio Grande do Sul. “Nós éramos a única equipe amadora da competição, enfrentamos clubes bem mais preparados”, explica Luiz Antonio, lembrando que como os jogadores eram definidos pelo poder público municipal, como “oposição” tiveram dificuldades para treinar - na época o prefeito era Juarez Furtado. O Ginásio Ivo Silveira, único ginásio municipal – hoje são dois o Ivo e o Jones Minosso – só era disponibilizado para treinos uma vez por semana da meia noite até a 1 hora. Assim a preparação foi em quadras descobertas. Mesmo sem as condições ideais, fizeram boas partidas e trouxeram para o estado o terceiro lugar.
Na década de 70, quando o futebol era a febre nacional com o Tricampeonato da Seleção Brasileira, em Lages futebol de salão e de campo dominava as rodas de amigos. No campo, o Inter, que estava numa fase boa, pois tinha conquistado o título estadual de 1966. Na quadra, além do Hélio Moritz, outros eram destaques como o Diocesano, a PCC (empresa Celucat) e o Caça e Tiro. Aliás, foi entre Hélio e Caça uma das maiores rivalidades do futsal lageano, que hoje se transformou em união, já que as duas equipes estão juntas: O Caça e Tiro/Hélio Moritz disputou em 2009 duas competições estaduais: sub 13 e sub 15. E é o amor que antigos jogadores têm pelo Moritz que faz continuar viv o time. “Joguei no juvenil e no adulto, e até hoje sou dele (clube)”, emociona-se o ex-craque Luiz Antonio, que tem a certeza de que o filho José, de seis anos, tem o mesmo amor pelo esporte. “Ele sempre fala: Pai! Quero ser jogador de futsal. E já está na escolinha no colégio”, orgulha-se.
Tucano e Nego Zé sentem-se ligados de alma e coração ao clube e por isso que procuram ajudar. Na semana passada estiveram num churrasco do Hélio Moritz que teve como intenção arrecadar recursos financeiros. “Continua como antigamente, vive de doações”, explica Tucano. Nego Zé, que foi revelado no time lageano e chegou a jogar em Blumenau no Colégio Santo Antonio e AABB, lembra com saudade do tempo que passou, e gostaria que houvesse um bom time de futsal para representar a cidade, assim como acontece em Jaraguá do Sul com a Malwee e em Joinville com a Krona. “Não temos uma política de patrocínio forte para o adulto”, lamenta Tucano.
Quem foi Hélio Moritz
Professor de educação física na década de 60. Ele veio para a Serra da capital Florianópolis e logo conquistou o carinho dos lageanos. O seu nome foi dado ao time de futsal, e é usado até hoje em duas categorias de base, para homenageá-lo pela morte precoce.
O clube Hélio Moritz, 5 títulos estaduais no adulto, é conhecido em todo o estado. Foi responsável pela revelação de vários talentos em todos esses 62 anos. Entre os mais antigos que se destacaram no futsal nacional estão Wilson Oneda (Chorão) e Paulo Roberto (Paulo “Cagão”). Oneda foi duas vezes artilheiro do brasileiro de futsal.
Fonte:Correio Lageano
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