A África do Sul comove.
É delicioso ver mesas repletas de negros em restaurantes finos antes freqüentados apenas por brancos.
Sim, ainda é raro encontrar mesas multirraciais, negros e brancos juntos em alegre convivência, mas o simples fato de já dividirem o mesmo espaço representa um passo formidável.
E entre os jovens, cada vez mais, a mistura é vista com naturalidade, para sorte dos brancos, que são minoria.
Há muito ainda a ser feito e é difícil dizer como, embora, certamente, neste campo os africanos do sul tenham só a nos ensinar.
Já em relação à Copa do Mundo propriamente dita, existem bons motivos para preocupação.
À medida que a sexta-feira, 11, se aproxima, o gargalo se estreita e as deficiências ameaçam aflorar, porque o mundo está chegando em Joanesburgo.
Um apagão de cerca de 20 minutos já surpreendeu a todos, na noite de quinta-feira, num dos bairros mais nobres da cidade, colado à Praça Mandela.
A comunicação com a Internet começa a ficar ainda mais lenta e nem sempre se dá na primeira, segunda, ou terceira tentativas.
Deve piorar. E muito.
E é grande o temor, apesar de todas as medidas aparentemente adotadas, que haja um congestionamento monstruoso para o jogo de abertura, entre os donos da casa e os mexicanos, no colossal Soccer City, às 16 horas.
É claro que a comitiva da Fifa, os convidados VIPs, deverão ter batedores ao dispor deles para não sentir os efeitos que, teme-se, afetará a maioria.
Verdade que, também, como essa maioria deverá ser de sul-africanos, a eles mais tem interessado a festa que outra coisa qualquer, capazes, por exemplo, de não se incomodar com congestionamentos como já aconteceram na inauguração do Soccer City.
A precariedade da rede hoteleira, os golpes que a Fifa levou de gente que prometeu entregar quartos que não saíram das promessas, a lentidão nos serviços, são aspectos com os quais nós, terceiro mundistas, estamos acostumado.
Mas os europeus não. E são eles que mandam no futebol.
Fato é que a CBF até resolveu não promover suas mordomias de praxe para artistas e membros do Judiciário carioca, temerosa de deixá-los em maus lençóis.
Está chegando a hora.
Tomara que dê tudo certo.
Por Juca Kfouri
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