A verdade é que a disputa do terceiro lugar da Copa do Mundo, em Porto Elisabeth, nada teve de depressiva ou desinteressada.
Muito ao contrário.
A Alemanha começou o jogo dando a impressão que liquidaria com o Uruguai, pois tratou de jogar para frente, sem os cuidados que mostrou na derrota para a Espanha.
Mesmo sem sua dupla de ataque titular, Podolski e Klose (este para sorte de Ronaldo que manteve seu recorde de maior artilheiro das Copas, com 15 gols), os germânicos mandaram bola no travessão e logo aos 18 abriram o placar, com Muller pegando o rebote de uma batida de roupa do goleiro Muslera, em péssima jornada, depois de chute de fora da área de Schweinsteiger.
O Uruguai pareceu aceitar a superioridade europeia e se encolheu.
Até que, exatos 10 minutos depois, Perez roubou brilhantemente uma bola de Schweinsteiger e armou o contra-ataque bem concluído por Cavani, para empatar.
Aí, a situação se inverteu e o Uruguai sempre esteve mais perto do gol, até o fim do primeiro tempo e no começo do segundo, quando Suarez perdeu um gol incrível.
Coisa que Forlan não fez aos 5 minutos, ao contrário.
Ele fez um gol incrível, ao dar sem pulo maravilhoso num cruzamento que veio da direita e virar o marcador.
O jogo tinha a cara da Celeste quando um cruzamento que era de Muslera acabou na cabeça de Jansen, aos 11, para novo empate.
Então o jogo ficou lá e cá, com os dois querendo a vitória, com os dois fazendo por merecê-la, numa prova de enorme respeito aos torcedores, ao futebol.
E ao faltarem nove minutos para o fim do jogo disputado sob chuva, um bate-rebate na pequena área uruguaia, com infelicidade de Diego Lugano, sobrou para Khedira fazer 3 a 2 e dar o tetra-terceiro lugar aos alemães, repetindo 1934, 1970 e 2006.
Uma vez, em 1958, a Alemanha, derrotada pela França, ficou com o quarto lugar.
Já o Uruguai é tri-quarto, como em 1954 e em 1970.
No último segundo, Forlan cobrou uma falta no travessão germânico.
Um jogão!
Por Juca Kfouri
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