segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Audiência Pública debate Políticas públicas para mulheres desportistas


A primeira atleta a conquistar medalha de ouro em Olimpíadas (Atlanta-1996), ex-jogadora de vôlei de praia Jaqueline Silva, em dupla com Sandra Pires, e Aída dos Santos, única mulher a compor a delegação brasileira dos Jogos Olímpicos de 1964, confirmaram presença na audiência pública que a Comissão de Turismo e Desporto da Câmara vai realizar na próxima quarta-feira (14) para debater políticas públicas para mulheres desportistas. As deputadas Luci Choinacki (PT-SC) e Jô Moraes (PCdoB-MG) são autoras do requerimento solicitando a audiência que vai discutir também proposta da Deputada Luci instituindo o ano de 2013 como o da mobilização nacional pela valorização das mulheres no esporte.
Segundo Choinaki, o bom momento esportivo vivido pelo Brasil em função da realização da Copa 2014 e Olimpíadas 2016 é fundamental para chamar a atenção da sociedade para as mulheres desportistas, que ficam a margem dos debates e dos investimentos, principalmente, nos esportes de alto rendimento. "É importante chamar a atenção também para o tratamento que a grande mídia dispensa às conquistas femininas nos esportes, na maioria das vezes, secundarizando o talento das atletas e supervalorizado os padrões de beleza existentes", ressaltou.
Representantes dos ministérios do Esporte, da Educação, além da diretora cultural do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), ex-nadadora Christiane Paquelet também confirmaram presença no encontro que acontece no plenário 5, a partir das 15 horas.
Projeto de Lei
O Projeto de Lei nº 2343 que institui 2013 como o Ano Nacional do Esporte Feminino tem por objetivo reconhecer e divulgar as conquistas femininas nessa área, denunciando os obstáculos e preconceitos de gênero que as desportistas ainda têm de superar para usufruir do seu direito ao esporte. Luci é membro titular da Comissão de Desporto e Turismo.  “Queremos incluir na agenda política a necessidade de programas e políticas para a superação de obstáculos socioculturais que ainda se erguem contra o direito das mulheres de poder livremente expressar todas as suas potencialidades, inclusive em áreas tradicionalmente dominadas pelos homens, como em algumas modalidades desportivas”, afirma a deputada.
Por trás das conquistas da jogadora Marta e da seleção brasileira feminina de futebol, de Maurren Maggi (atletismo), de Fabiana Murer (atletismo), das jogadoras da seleção brasileira de vôlei, de Keitlen Quadros (judô), de Fernanda Oliveira e Isabel Swan (vela), e Natália Favligna (taekwondo), dentre outras, do aumento da participação feminina nas delegações olímpicas, há histórias e pesquisas que demonstram as dificuldades que muitas mulheres enfrentam para praticar esportes. Por duas décadas, no período de 1965 a 1986, a legislação brasileira proibiu as mulheres de praticarem lutas, futebol, pólo aquático, pólo, rugby e baseball.
“Como se nota, também no esporte segue a luta das mulheres pela igualdade de direitos, muitas vezes vitoriosa nas leis, mas outras tantas ignoradas na prática, onde prossegue no desafio de superar uma cultura sexista e patriarcal arraigada até hoje na sociedade brasileira”, afirma Luci.
Com informações da Comissão de Desporto e Turismo.
Luciane Bosenbecker
Assessora de Imprensa

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