Rio de Janeiro
Firme a suas convicções e sem ouvir os apelos de boa parte da torcida e jornalistas brasileiros que pediam a dupla santista, Neymar e Ganso, o técnico Dunga apresentou apenas uma novidade na relação dos 23 jogadores que vão à Copa, o centroavante Grafite.
Outros nomes indicados para compor a relação, Ronaldinho Gaúcho e Adriano, também não apareceram. Sobre a ausência de Adriano, Dunga foi enfático: "Demos inúmeras chances para reverter uma certa situação. Mas vem a frase da coerência, convicção, comprometimento... Tivemos que tomar uma decisão pelo coletivo, o que é o mais importante da seleção. Sempre acolhemos o Adriano, o grupo sempre o acolheu, mas chegou o momento de tomar a decisão. Meu coração fala uma coisa, mas a razão pelo que eu estou representando pelo meu país fala outra", disse Dunga, ressaltando que não chamou o goleiro Victor, do Grêmio, pelo fato de ele não ter tido muitas chances de defender a seleção.
Após fazer o anúncio dos convocados, Dunga participou de uma entrevista coletiva, na qual não deixou de responder nenhuma pergunta. Mas em algumas questões que o incomodaram a saída preferida foi o discurso patriótico. O treinador sabe que desagradou milhares de torcedores ao não chamar Paulo Henrique Ganso e/ou Neymar. E aproveitou o importante momento desta terça para começar a reverter tal panorama.
"Jamais vou envergonhar o povo brasileiro. Eu tenho um único interesse, assim como a comissão técnica e os jogadores: fazer o melhor. Vamos sofrer, mas vai dar certo", prometeu Dunga.
O auxiliar-técnico Jorginho mostrou entrosamento com o companheiro. Reforçou inúmeras ideias anteriores de Dunga e fez o mesmo quando o tema foi patriotismo. A sequência de perguntas questionando as ausências de Ganso e Neymar causou um desabafo do ex-lateral. "Somos brasileiros, temos que torcer pelo Brasil. Vai ser bom para todo mundo. Quantos brasileiros não estão empregados graças a isso [Copa]? Por que não vemos o lado positivo das coisas?", disse Jorginho.
Primeiro jogo contra a Coreia do Norte
A seleção estreia na Copa em 15 de junho contra a Coreia do Norte no estádio Ellis Park, em Joanesburgo, às 15h30m (de Brasília). Cinco dias depois, encara a Costa do Marfim, no Soccer City, na mesma cidade e horário. Termina sua participação no Grupo G contraPortugal, 25 de junho, às 11 horas em Durban.
A preparação começa a partir do próximo dia 21, com exames médicos e testes físicos no CT do Atlético-PR. A equipe se concentra em Curitiba até o dia 26, quando embarca para a África do Sul. O local escolhido pela CBF para hospedar a seleção é o hotel Fairways, que fica dentro de um gigantesco complexo de golfe chamado Randpark Golf Clube, na região de Randburgo, em Joanesburgo. Na África do Sul, a equipe deverá fazer dois amistosos, ainda sem rivais definidos.
Pela norma da Fifa, todos os convocados devem estar liberados pelos seus clubes até 17 deste mês. Julio César, Maicon e Lúcio defenderão o Inter de Milão na final da Liga dos Campeões contra o Bayern de Munique, dia 22, e devem se apresentar com atraso.
A Fifa determina que em 1º de junho as federações apresentam as listas finais de 23 nomes, selecionados entre os 30 divulgados. A partir dessa data, só poderá haver trocas em caso de lesões até a véspera da estreia da equipe na Copa. E o jogador convocado para substituir um machucado não precisa ser um dos sete excluídos da relação inicial de 30.
Nenhum comentário:
Postar um comentário