Por WADIH DAMOUS*
O episódio com o goleiro Bruno não deve justificar a criminalização do futebol, como já acontece com a política, a pobreza e diversas outras relações sociais.
Ao invés, o momento deveria ser aproveitado para a implementação de políticas e medidas de valorização do atleta jogador de futebol.
Este, normalmente oriundo dos estratos mais pobres da população, muitas vezes, sem um núcleo familiar estável, não está preparado para o fracasso ou o sucesso na profissão nem para o fim da carreira de desportista.
Os clubes, a partir de suas divisões de base, deveriam, obrigatoriamente, criar instrumentos de orientação psicológica, social, jurídica e pedagógica em favor dos atletas.
Prepará-los para o sucesso e eve ntual fracasso na profissão.
Deixar claro que a vida de atleta e curta e que não devem deixar de estudar, além de conhecerem os seus direitos trabalhistas.
Os clubes devem ser espaços de promoção de cidadania dos seus atletas.
Sem isso, cláusulas que obriguem os jogadores a manter uma boa imagem e boa reputação não passarão de medidas demagógicas para atender a ímpetos moralistas da hora e não para enfrentar o problema como deve ser enfrentado.
*Wadih Damous é presidente da OAB do Rio de Janeiro.
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