Nova lista de pagamentos incrimina membros do Comitê Executivo da FIFA e especialmente o poderoso brasileiro Ricardo Teixeira (ex-genro do presidente de honra da FIFA, João Havelange) que recebeu US$ 9,5 milhões de agosto de 1992 a 28 de novembro de 1997 da Agência de Marketing ISMM/ISL.
Os pagamentos eram feitos em parcelas de US$ 250.000 até US$ 1.000.000, conforme uma lista de pagamentos da ISL que está em poder do jornal “Tages-Anzeiger” de Zurique.
Não está incluído nesta soma o montante de 100.000 Francos Suíços, marcado na lista com “AdidasD”.
A FIFA silencia
O dinheiro chegou a Teixeira através de uma empresa fantasma chamada Sanud Etablissement, com sede no paraíso fiscal Liechtenstein e era gerenciada pelo consultor financeiro Herbert Batliner que tem como clientes, entre outros, Giovanni Agnelli (FIAT) e o rei da Arábia Saudita Fahd bin Abdul Aziz.
A empresa-fantasma pertenceu a Teixeira e foi fundada em 5 de novembro de 1990.
Encerrou suas atividades oficialmente em janeiro de 1999, não constando desde então do Registro Oficial de Empresas de Liechtenstein.
Que a empresa pertence a Teixeira pode-se deduzir de um relatório feito por uma Comissão Parlamentar de Inquérito no Brasil.
Essa comissão tinha por objetivo analisar irregularidades havidas na Confederação Brasileira de Futebol, presidida por Teixeira.
Comissão de Ética nada comunica
Com esse exemplo de Teixeira, fica claro que a FIFA ainda não colocou em pratos limpos a questão da corrupção e do enriquecimento ilícito: o jornal brasileiro “Lance” publicou em 17 de novembro de 2010 contratos que Teixeira fechou consigo mesmo: à esquerda assinou como presidente da Confederação Brasileira de Futebol e à direita como pessoa física.
O presidente Teixeira fundou com a pessoa física Teixeira uma sociedade cujo objetivo é a organização da Copa do Mundo no Brasil em 2014.
A Confederação possui 99,99 das quotas e a pessoa física Teixeira o resto.
Os “dois” sócios (ou seja, Teixeira e ele mesmo) decidem entre si como será feita a divisão dos lucros – independentemente da participação de cada um na sociedade.
Perguntado se esse não seria um caso típico para ser investigado pela Comissão de Ética da FIFA, o presidente da comissão, Cláudio Sulser respondeu: “Todo e qualquer inquérito é regido pelas normas do regulamento de ética da FIFA e do regulamento disciplinar da FIFA. Para mais perguntas, dirijam-se diretamente à Assessoria de Imprensa da FIFA.”
A Assessoria de Imprensa da FIFA não respondeu as perguntas do “Tages-Anzeiger”.
Por Kein Einzelfall
Em tempo: Não se trata de um caso isolado.
O texto relembra, ainda, os casos já revelados dos dois membros do Comitê Executivo suspensos por corrupção e outros envolvidos em escândalos, como: Nicolas Leóz (COMNEBOL) e Issa Hayatu (Confederação Africana de Futebol).
Informa ainda que a BBC, no seu programa Panorama, fará novas revelações nesta noite desta segunda-feira sobre o escândalo na FIFA.
Tradução por: Gerd Wenzel
Por Juca Kfouri
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