Tiro ao pombo e salto com vara de bambu remontam o passado
“Era um tempo do romantismo em que o atleta disputava por amor ao esporte e ao município onde morava”. São com essas palavras que o ex-atleta e hoje aposentado Ralf Egerland, de 74 anos, relembra as histórias que passou ao participar da primeira edição dos Jogos Abertos de Santa Catarina (Jasc), em Brusque, em agosto de 1960. Ele era atleta de vôlei e basquete, já que naquela época o regulamento permitia, e jogava pelo município sede. Ao longo de vários anos participou de 24 edições como atleta e dirigente.
Seu Ralf, é um dos ex-atletas que participaram da primeira edição dos Jasc e que serão homenageados na próxima segunda-feira, dia 13, com um almoço no Clube Bandeirante. O ex-atleta relembra que na primeira edição dos Jasc seu time de vôlei não passou da primeira fase, mas no segundo ano, em 1961, em Florianópolis, conseguiu o vice-campeonato, perdendo a final para o time da Capital. Sobre o basquete, admite que jogava apenas para participar, pois o vôlei era o esporte preferido. Na época, não havia fase classificatória, o município se inscrevia e participava. “Eu era um bom atleta de vôlei e se hoje tivesse 22 anos e jogasse naquele nível, talvez tivesse numa grande equipe”.
O ex-atleta recorda que em 1960 tudo era muito mais dificil. “Tanto o vôlei quanto o basquete eram jogados em quadras ao ar livre, com piso de cimento. Quem caísse deixava a metade do joelho na quadra”, exagera o aposentando, que é natural de Rio do Sul. Seu Ralf diz que, naquela época, para o atleta participar, era necessário apresentar um atestado de residência comprovando que ele morava no município.
Hoje, segundo ele, o que se vê é a importação de atletas. “Não que seja de todo ruim isso, pois qualifica tecnicamente o evento, mas deveria ter um limite, um freio”, enfatiza. Com orgulho seu Ralf ainda exibe uma lembrança do passado: as carteiras de atleta de 1960 e 1961 e o crachá da primeira edição dos Jasc.
Em seguida continua a lembrar do evento em 1960: “ O salto com vara era com vara de bambu e em algumas vezes ela quebrava. Era um perigo! No vôlei feminino, algumas atletas jogavam de vestido”. Seu Ralf ainda fala de outras edição até 1973, quando ainda era disputada a modalidade de tiro ao pombo. “Era uma prova muito contestada, pois matava-se os bichinhos. Era uma crueldade. Quem participava dela não era atleta e sim caçador que era inscrito por um município. Felizmente foi proibida”.
Central de Imprensa da Fesporte
Antônio Prado
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