Craque também defende uso criterioso de recursos na Copa e Olimpíada
A passagem do ex-jogador de futebol e craque do Flamengo, Arthur Antunes Coimbra, o Zico, pelos Jogos Abertos, na cidade de Brusque misturou muita tietagem com informação e homenagens. Desde a última quinta-feira, quando participou da solenidade de abertura dos Jasc na Arena Brusque, o atual diretor executivo do Flamengo foi muito assediado, fato que se repetiu na coletiva de imprensa, antes da sessão ordinária do Conselho Estadual de Esporte, realizada na manhã desta sexta-feira (10/09) no Hotel Monthez.
Com a presença de conselheiros, comendadores, membros do Tribunal de Justiça, do Secretário de Turismo, Cultura e Esporte, o brusquense Valdir Walendowsky, e do presidente da Fesporte, Pedro Lopes, a sessão foi aberta pelo presidente do CED, Hercílio Paraguassu e composta a mesa com Zico.
O ex-atleta, que também já foi técnico e agora é dirigente, recebeu homenagem do Governo do Estado através da Fesporte, presenteado com uma placa entregue por Pedro Lopes, onde esta inscrito: “Um craque marcante, homem que dignifica o esporte mundial”.
Sob a coordenação do presidente da Acesc, J.B Telles, a entrevista em sala repleta de torcedores misturados aos jornalistas, mostrou logo de início a preocupação com a Copa de 2014 e a Olimpíada de 2016, eventos programados para o Brasil. Zico respondeu questões sobre o investimento público na construção e reforma de equipamentos esportivos. “Sou favorável, desde que o país e as cidades envolvidas sejam beneficiadas com estádios novos ou reformados sem que virem elefantes brancos”.
Zico estava lembrando, nesse caso, dos Jogos Pan-americanos de 2007 no Rio de Janeiro. “Hoje temos lá um Parque Aquático que será utilizado somente nas Olimpíadas e uma Arena na Barra da Tijuca servindo somente para shows. Isso é que não pode acontecer”, justificou.
Sobre o futebol brasileiro, para onde voltou há pouco tempo depois de passagens pela Europa e Ásia como jogador e técnico, Zico atacou. “A diferença é muito grande. Aqui as decisões são lentas porque não há recursos. No Ninho do Urubú – CT do Flamengo – não tenho nem uma sala para receber alguém. Falta estrutura para a maioria dos nossos clubes. Os que já ultrapassaram essa etapa e foram adiante são vencedores, caso do São Paulo e do Internacional. Por enquanto estou tentando montar um time competitivo lidando com essas dificuldades”.
Zico falou também sobre mudanças no futebol e suas regras, defendendo o uso da tecnologia. “Não podemos mais tolerar erros crassos como os que aconteceram na última Copa do Mundo. E acho que a regra do impedimento deve ser alterada com a limitação do espaço em que ele é marcado. Talvez com uma linha ao lado da grande área, com o jogador considerado impedido somente dali pra adiante. Devemos trabalhar sempre pela marcação do gol, e não somente para evitá-lo”.
Ao falar sobre projetos para recuperar o Flamengo e dar mais visibilidade ao seu clube, Zico passou uma informação surpreendente. Já convidou Falcão, craque da Malwee, para trabalhar com o futsal na Gávea. “Ele se mostrou interessado e agora só depende da sua aceitação. Estamos trabalhando isso para 2011”.
Por fim fez uma frase, na verdade uma sentença, respondendo pergunta de uma repórter da Rede Record. “Jamais serei treinador no futebol brasileiro” A opinião de Zico é contundente. “Aqui não existe o mínimo respeito pela profissão.”
Central de Imprensa da Fesporte
Mário Medaglia
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